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EXPANSÃO
Ritmo de crescimento em julho foi menor em sete das oito atividades pesquisadas pelo IBGE; supermercados são destaque
Venda do comércio dá sinal de desaceleração
GABRIELA WOLTHERS
DA SUCURSAL DO RIO
O comércio registrou alta de
12,04% no volume de vendas em
julho em comparação com igual
mês de 2003. No acumulado do
ano, a alta é de 9,74%. Para o IBGE
(Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística), o destaque ficou por
conta da atividade que engloba
supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, que
cresceu 10,35%, a maior variação
desde o começo da série, em janeiro de 2001.
Com esse desempenho, o segmento de supermercados ultrapassou o de móveis e eletrodomésticos e foi o principal responsável pelo fato de o comércio ter
permanecido em julho com um
desempenho muito próximo ao
de junho, que ficou em 12,86%.
Isso porque, apesar de ser o oitavo mês consecutivo de expansão do comércio, o levantamento
mostra que, em sete das oito atividades pesquisadas, houve uma
desaceleração no ritmo de crescimento no volume de vendas.
"Antes, o que estava puxando o
comércio eram móveis e eletrodomésticos, que são bens duráveis", disse Nilo Macedo, da
Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE. "Agora, supermercados, que têm o maior peso
na pesquisa, começam a puxar
também. É um setor muito sensível a variáveis de emprego e renda. A partir do momento em que
o emprego começa a crescer e a
renda a se recuperar, o desempenho dessa atividade melhora."
O segmento de livros, jornais e
papelaria foi o único que apresentou queda em julho, de 4,55%,
contra alta de 2,4% em junho.
"Esse setor está na lama", resume
Bráulio Borges, economista da
LCA Consultores. "Ele depende
da renda, que já mostrou alguma
recuperação, mas ainda não o suficiente", avalia o chefe do Departamento Econômico da Confederação Nacional do Comércio),
Carlos Thadeu de Freitas.
Os demais segmentos do comércio tiveram expansão em
comparação ao mesmo mês do
ano anterior, mas cresceram menos. O ramo de combustíveis e lubrificantes cresceu 3,65% em julho contra 7,84% em julho. Tecidos, vestuário e calçados registrou
7,92% em julho contra 14,13% em
junho. Móveis e eletrodomésticos, que teve 32,22% em julho, havia obtido 36,25% em junho.
Para Nilo Macedo, do IBGE,
grande parte da desaceleração se
explica pelo fato de a economia
ter começado a mostrar recuperação a partir do segundo semestre
de 2003. Ou seja, como a comparação é com o mesmo mês do ano
anterior, os índices tendem a se
mostrar mais baixos.
Diferentemente de outras pesquisas, o IBGE não faz a comparação de um mês com o mês anterior em comércio. Segundo dados
da LCA, a taxa sem efeito sazonal
cresceu 1,1%. A CNC afirma que o
índice ficou em 0,8% em julho,
contra 1,5% em junho.
"Desacelerar não significa deixar de crescer", disse Borges, da
LCA. Para ele, a menor expansão
de móveis e eletrodomésticos pode significar que a demanda reprimida por esses bens "já está
sendo satisfeita". Mas ressalta que
o segmento registrou um grande
crescimento -segundo suas contas, as vendas cresceram 43% de
abril do ano passado para cá. "O
fato de eles estarem desacelerando agora é reflexo do aumento espantoso de mais de um ano."
"Acho que este ano vai ser muito bom para o comércio, que deve
fechar em 8% contra uma queda
de 3,6% no ano passado", afirma
Freitas, da CNC. "Mas não podemos negar que há uma pequena
queda, uma desaceleração."
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