São Paulo, sábado, 18 de setembro de 2004

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MERCADO FINANCEIRO

Para a Standard & Poor's, melhora econômica reduz chance de o país dar calote na dívida externa

Agência de risco aumenta nota do Brasil

DA REPORTAGEM LOCAL

A agência de classificação de risco Standard & Poor's informou ontem à noite que elevou sua nota para a dívida externa do Brasil. Com o aumento da nota, o Brasil voltou ao mesmo patamar que estava em julho de 2002, quando o país havia sido rebaixado pela agência, em meio ao turbulento período pré-eleitoral.
O "rating" (classificação de risco) para a dívida soberana do país foi elevado de "B+" para "BB-". A decisão indica que, no entender da S&P, as chances de o governo brasileiro dar o calote de sua dívida externa ficaram menores.
A S&P cita em comunicado a importância da retomada do crescimento da economia, a disciplina fiscal do governo e o aumento do fluxo de recursos externos para o país como pontos importantes para a decisão.
"A reação do mercado na abertura dos negócios na segunda-feira tem tudo para ser bem positiva. O dólar deve cair abaixo dos R$ 2,85. Com isso, cresce a preocupação em torno da possibilidade de o governo intervir no câmbio para conter a valorização do real", avalia Paulo Gomes, estrategista da consultoria Global Invest.
As notas dadas pelas agências de classificação de risco têm influência sobre o custo das dívidas externas de governos, empresas e instituições financeiras.
Na semana passada, a agência Moody's já havia elevado a nota dada à dívida brasileira.
A S&P também citou a melhora do perfil da dívida pública e o crescimento das exportações que "refletem uma melhora estrutural, apesar da ajuda de fatores cíclicos favoráveis".
A agência também elevou o "rating" do BNDES e do Banco do Nordeste.
Devido à informação de que o governo pode aumentar sua meta de superávit primário (economia para pagar os juros), o mercado já especulava, na tarde de ontem, com a possibilidade de uma agência elevar o "rating" do país.

Em alta
Mesmo com a decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) de elevar a taxa básica de juros de 16% para 16,25% ao ano, a Bolsa de Valores de São Paulo subiu expressivamente na semana. No período, a Bolsa acumulou valorização de 5,03%.
Das 55 ações que compõem o principal índice (o Ibovespa), apenas três registraram baixa no período. (FABRICIO VIEIRA)


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