São Paulo, segunda-feira, 18 de setembro de 2006

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Definição de juros dos EUA concentra atenções

Perspectiva é que Fed deixe a taxa inalterada na quarta DA REPORTAGEM LOCAL

A reunião do Federal Reserve (o banco central norte-americano) concentrará as atenções dos investidores e dos analistas financeiros nesta semana. O rumo a ser tomado pelas taxas de juros nos Estados Unidos é fundamental para o mercado global poder reavaliar seus investimentos.
O Fomc (comitê de mercado aberto do Fed) anunciará na quarta-feira como fica a nova taxa básica de juros da economia dos EUA. Essa taxa atualmente está em 5,25% ao ano e a perspectiva é que ela seja mantida nesse patamar.
A divulgação do CPI (inflação ao consumidor norte-americano) de agosto, na última sexta, trouxe certa tranqüilidade ao mercado financeiro, pois ficou dentro do esperado.
Amanhã o governo dos Estados Unidos apresentará o PPI (índice de preços ao produtor), que poderá corroborar a expectativa de que os juros serão mantidos no país. Caso o PPI venha acima do projetado pelos analistas, crescem as chances de os juros voltarem a ser elevados nos EUA.
Isso aconteceria porque pressões inflacionárias são combatidas com juros maiores.
Quando o Fed ameaçou, em maio, seguir por tempo indeterminado com o processo de alta de juros no país, o mercado financeiro global sofreu perdas importantes, especialmente as Bolsas de Valores.
O temor de que os juros americanos subiriam ainda por muito tempo fez com que investidores se desfizessem de ativos (títulos da dívida, ações e moedas) de países emergentes para comprar papéis do Tesouro dos EUA.
Na reunião realizada no começo do mês passado, o Fomc manteve os juros americanos inalterados em 5,25% anuais, depois de realizar 17 elevações consecutivas.
"A agenda econômica da semana continua voltada para economia americana, com o PPI na terça-feira e a reunião do Fed e os pedidos de auxílio-desemprego na quarta-feira. No entanto, mesmo que esses indicadores animem o mercado americano, continuamos dependendo de fluxo externo", avaliou a Link Corretora.
A Bolsa de Valores de São Paulo encerrou a semana passada com queda de 1,06%.
O ritmo de entrada de recursos externos na Bovespa diminuiu nos últimos dias.
Até o dia 8 de setembro, o saldo dos negócios dos estrangeiros estava positivo em R$ 377,67 milhões. Mas no dia 13 esse balanço caiu e estava positivo em apenas R$ 42,08 milhões.
Os estrangeiros respondem por aproximadamente 35% das operações de compra e venda de ações realizadas na Bolsa paulista. Assim, o retorno desse segmento é fundamental para que a Bovespa possa voltar a subir com mais força. Entre os meses de maio -quando o Fed ameaçou subir os juros nos EUA mais consistentemente- e agosto, as vendas realizadas na Bovespa pelos estrangeiros superaram as compras em R$ 5,63 bilhões.
No pregão de sexta-feira, mesmo com o mercado dos EUA respondendo positivamente à divulgação do CPI, que ficou dentro do esperado, o Ibovespa -principal índice do mercado acionário brasileiro- subiu apenas 0,05%.
"O reflexo do CPI nos emergentes, no Brasil inclusive, só não foi maior devido à nova queda nas commodities, como foi o caso do petróleo e do cobre. Isso traz impacto negativo nas empresas petrolíferas e mineradoras", afirmou o economista Marcelo Voss, da corretora Liquidez.
O dólar encerrou a sexta-feira em baixa de 0,55%, vendido a R$ 2,152 no fim da operações.


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