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Definição de juros dos EUA concentra atenções
Perspectiva é que Fed deixe a taxa inalterada na quarta
DA REPORTAGEM LOCAL
A reunião do Federal Reserve
(o banco central norte-americano) concentrará as atenções
dos investidores e dos analistas
financeiros nesta semana. O
rumo a ser tomado pelas taxas
de juros nos Estados Unidos é
fundamental para o mercado
global poder reavaliar seus investimentos.
O Fomc (comitê de mercado
aberto do Fed) anunciará na
quarta-feira como fica a nova
taxa básica de juros da economia dos EUA. Essa taxa atualmente está em 5,25% ao ano e a
perspectiva é que ela seja mantida nesse patamar.
A divulgação do CPI (inflação
ao consumidor norte-americano) de agosto, na última sexta,
trouxe certa tranqüilidade ao
mercado financeiro, pois ficou
dentro do esperado.
Amanhã o governo dos Estados Unidos apresentará o PPI
(índice de preços ao produtor),
que poderá corroborar a expectativa de que os juros serão
mantidos no país. Caso o PPI
venha acima do projetado pelos
analistas, crescem as chances
de os juros voltarem a ser elevados nos EUA.
Isso aconteceria porque
pressões inflacionárias são
combatidas com juros maiores.
Quando o Fed ameaçou, em
maio, seguir por tempo indeterminado com o processo de
alta de juros no país, o mercado
financeiro global sofreu perdas
importantes, especialmente as
Bolsas de Valores.
O temor de que os juros americanos subiriam ainda por
muito tempo fez com que investidores se desfizessem de
ativos (títulos da dívida, ações e
moedas) de países emergentes
para comprar papéis do Tesouro dos EUA.
Na reunião realizada no começo do mês passado, o Fomc
manteve os juros americanos
inalterados em 5,25% anuais,
depois de realizar 17 elevações
consecutivas.
"A agenda econômica da semana continua voltada para
economia americana, com o
PPI na terça-feira e a reunião
do Fed e os pedidos de auxílio-desemprego na quarta-feira.
No entanto, mesmo que esses
indicadores animem o mercado americano, continuamos
dependendo de fluxo externo",
avaliou a Link Corretora.
A Bolsa de Valores de São
Paulo encerrou a semana passada com queda de 1,06%.
O ritmo de entrada de recursos externos na Bovespa diminuiu nos últimos dias.
Até o dia 8 de setembro, o saldo dos negócios dos estrangeiros estava positivo em
R$ 377,67 milhões. Mas no dia
13 esse balanço caiu e estava
positivo em apenas R$ 42,08
milhões.
Os estrangeiros respondem
por aproximadamente 35% das
operações de compra e venda
de ações realizadas na Bolsa
paulista. Assim, o retorno desse
segmento é fundamental para
que a Bovespa possa voltar a subir com mais força. Entre os
meses de maio -quando o Fed
ameaçou subir os juros nos
EUA mais consistentemente-
e agosto, as vendas realizadas
na Bovespa pelos estrangeiros
superaram as compras em
R$ 5,63 bilhões.
No pregão de sexta-feira,
mesmo com o mercado dos
EUA respondendo positivamente à divulgação do CPI, que
ficou dentro do esperado, o
Ibovespa -principal índice do
mercado acionário brasileiro-
subiu apenas 0,05%.
"O reflexo do CPI nos emergentes, no Brasil inclusive, só
não foi maior devido à nova
queda nas commodities, como
foi o caso do petróleo e do cobre. Isso traz impacto negativo
nas empresas petrolíferas e mineradoras", afirmou o economista Marcelo Voss, da corretora Liquidez.
O dólar encerrou a sexta-feira em baixa de 0,55%, vendido a
R$ 2,152 no fim da operações.
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