São Paulo, quinta-feira, 18 de setembro de 2008

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Bolsa de NY cai ao menor nível em 3 anos

Ações do setor financeiro puxam queda de 4,06% no Dow Jones; Goldman Sachs perde 13%, e Morgan Stanley, 24%

Um dia após ajuda à AIG, índice tem 8ª pior queda da história; analistas vêem "vírus" no mercado e socorro do governo perdendo força

DA REDAÇÃO

Um dia após o governo dos EUA fazer o resgate bilionário da maior seguradora mundial, as Bolsas americanas tiveram um dos seus piores pregões da história, com os investidores temendo a quebra de mais instituições, especialmente os bancos de investimento Goldman Sachs e Morgan Stanley.
Ao contrário do que muitos esperavam, a ajuda de US$ 85 bilhões para a AIG não acalmou o mercado dos Estados Unidos, que já está no seu menor nível em quase três anos.
O índice Dow Jones, o principal da Bolsa de Nova York, recuou mais 449,36 pontos, a oitava maior da queda da história do pregão -o sexto pior resultado, de 504 pontos, aconteceu na segunda-feira. Com a queda, de 4,06%, o índice fechou em 10.609,66 pontos e está no seu menor nível desde novembro de 2005. Nos últimos três dias, o Dow Jones já caiu 7,11%.
As ações de todas as 30 empresas que compõem o índice se desvalorizaram ontem, lideradas pela a AIG, que caiu 45,33%. Das seis maiores quedas de ontem, apenas a GM, que recuou 8,39%, não é ligada diretamente ao sistema financeiro. A General Electric, por exemplo, teve queda de 6,66%.
O índice S&P 500 (mais amplo, formado por 500 empresas) recuou 4,71% e já está no seu menor nível desde maio de 2005. E a Nasdaq, que reúne empresas de tecnologia, teve queda de 4,94%.
As ações do Goldman Sachs e do Morgan Stanley, os únicos dois grandes bancos de investimento dos EUA que continuam independentes, tiveram as maiores quedas na história das instituições financeiras, que são apontadas como prováveis próximas vítimas da crise.
Os papéis do Goldman Sachs, o maior banco de investimento americano, caíram 13,92% ontem e já valem 46,76% menos do que no início do ano. Já os do rival Morgan Stanley recuaram 24,22% e acumulam desvalorização de 59,05% neste ano.
"É um vírus que está percorrendo o mercado. Se os investidores não sabe qual é a exposição da empresa [aos mercados de crédito], eles simplesmente fogem", afirmou ao "Wall Street Journal" Anthony Con- roy, da corretora BNY ConvergEx Group.
Para o estrategista em investimentos Edward Yardeni, ajudas como a do Fed à AIG perderam força nos mercados. "O impacto positivo dos consertos, dos resgates e dos salvamentos governamentais claramente está perdendo força", disse. "Não existe mais novidade."
Apenas neste ano, o governo dos Estados Unidos já concedeu mais de US$ 900 bilhões em resgates e instrumentos de empréstimos, sendo o mais recente a ajuda para a AIG, em que recebeu 80% da maior seguradora mundial como garantia pelos US$ 85 bilhões.
E o setor imobiliário, origem da crise, continuou a dar más notícias. A construção de casas novas recuou 6,2% no mês passado e está no seu menor ritmo desde janeiro de 1991.


Com "The New York Times"


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