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Bolsa de NY cai ao menor nível em 3 anos
Ações do setor financeiro puxam queda de 4,06% no Dow Jones; Goldman Sachs perde 13%, e Morgan Stanley, 24%
Um dia após ajuda à AIG, índice tem 8ª pior queda da história; analistas vêem "vírus" no mercado e socorro do governo perdendo força
DA REDAÇÃO
Um dia após o governo dos
EUA fazer o resgate bilionário
da maior seguradora mundial,
as Bolsas americanas tiveram
um dos seus piores pregões da
história, com os investidores
temendo a quebra de mais instituições, especialmente os
bancos de investimento Goldman Sachs e Morgan Stanley.
Ao contrário do que muitos
esperavam, a ajuda de US$ 85
bilhões para a AIG não acalmou
o mercado dos Estados Unidos,
que já está no seu menor nível
em quase três anos.
O índice Dow Jones, o principal da Bolsa de Nova York, recuou mais 449,36 pontos, a oitava maior da queda da história
do pregão -o sexto pior resultado, de 504 pontos, aconteceu
na segunda-feira. Com a queda,
de 4,06%, o índice fechou em
10.609,66 pontos e está no seu
menor nível desde novembro
de 2005. Nos últimos três dias,
o Dow Jones já caiu 7,11%.
As ações de todas as 30 empresas que compõem o índice
se desvalorizaram ontem, lideradas pela a AIG, que caiu
45,33%. Das seis maiores quedas de ontem, apenas a GM,
que recuou 8,39%, não é ligada
diretamente ao sistema financeiro. A General Electric, por
exemplo, teve queda de 6,66%.
O índice S&P 500 (mais amplo, formado por 500 empresas) recuou 4,71% e já está no
seu menor nível desde maio de
2005. E a Nasdaq, que reúne
empresas de tecnologia, teve
queda de 4,94%.
As ações do Goldman Sachs e
do Morgan Stanley, os únicos
dois grandes bancos de investimento dos EUA que continuam
independentes, tiveram as
maiores quedas na história das
instituições financeiras, que
são apontadas como prováveis
próximas vítimas da crise.
Os papéis do Goldman Sachs,
o maior banco de investimento
americano, caíram 13,92% ontem e já valem 46,76% menos
do que no início do ano. Já os do
rival Morgan Stanley recuaram
24,22% e acumulam desvalorização de 59,05% neste ano.
"É um vírus que está percorrendo o mercado. Se os investidores não sabe qual é a exposição da empresa [aos mercados
de crédito], eles simplesmente
fogem", afirmou ao "Wall
Street Journal" Anthony Con-
roy, da corretora BNY ConvergEx Group.
Para o estrategista em investimentos Edward Yardeni, ajudas como a do Fed à AIG perderam força nos mercados. "O impacto positivo dos consertos,
dos resgates e dos salvamentos
governamentais claramente
está perdendo força", disse.
"Não existe mais novidade."
Apenas neste ano, o governo
dos Estados Unidos já concedeu mais de US$ 900 bilhões
em resgates e instrumentos de
empréstimos, sendo o mais recente a ajuda para a AIG, em
que recebeu 80% da maior seguradora mundial como garantia pelos US$ 85 bilhões.
E o setor imobiliário, origem
da crise, continuou a dar más
notícias. A construção de casas
novas recuou 6,2% no mês passado e está no seu menor ritmo
desde janeiro de 1991.
Com "The New York Times"
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