COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O preço do ouro disparou ontem, subindo 9,03%, a maior alta em oito anos. Para analistas, as commodities voltam a ser consideradas investimento seguro na atual turbulência financeira. Depois de seguidas quedas, o petróleo também voltou a se valorizar. O barril fechou a US$ 97,16 em Nova York. Recuperação de 6,6% em relação ao dia anterior.
A instabilidade fez o preço do ouro disparar. A onça-troy foi cotada ontem a US$ 846,60 em Nova York, alta de 9,03% ante o dia anterior.
A alta na procura mostra que commodities como o ouro e o petróleo voltam a ser vistas como opção mais segura em tempos de turbulência financeira. "O ouro vai ser o grande beneficiado dessa busca", diz John Licata, estrategista da Blue Phoenix Inc. "Muita gente está receosa de que outro banco irá quebrar." A expectativa é que o ouro siga subindo, podendo chegar a US$ 950 a onça-troy até o fim do ano.

Meia-volta do petróleo
Os danos do furacão Ike às plataformas do golfo do México também explicam a recuperação do petróleo, que registrou nesta semana os preços mais baixos em seis meses. Até o anúncio de baixa nas reservas dos EUA, feito ontem pelo Departamento de Energia, o mercado minimizava os efeitos do ciclone. Foram 6,3 milhões a menos de barris nesta semana. Os conflitos na Nigéria também puxaram a alta.
A busca por segurança é outro fator importante: "Quando o sistema financeiro se encontra imerso na crise, o petróleo pode ser considerado com um valor refúgio", afirma o analista Thierry Lefran-Dois, da consultoria Natixis.
(MAURÍCIO MORAES)


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