São Paulo, sexta-feira, 18 de outubro de 2002

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TRABALHO

Metalúrgico quer negociar

Força Sindical define paralisação no dia 25

CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL

A primeira paralisação da campanha salarial dos metalúrgicos da Força Sindical já tem alvo: as indústrias que pertencem ao chamado grupo 10 (inclui lâmpadas, aparelhos elétricos, funilaria, entre outras) podem parar na próxima sexta-feira, caso não seja definido calendário de negociação salarial. Juntas, empregam 100 mil no Estado de São Paulo.
A estratégia da Força é encerrar até o final deste mês as negociações salariais de 700 mil metalúrgicos com todos os setores patronais. Em reunião realizada ontem, 49 sindicatos filiados à Federação Estadual dos Metalúrgicos definiram que, se não houver propostas de reajuste até o dia 30 deste mês, indústrias das zonas oeste e norte da capital vão parar.
No dia 1º de novembro, a paralisação será nas fábricas das zonas leste e sul, além da Grande São Paulo e interior do Estado. Nesse mesmo dia, está agendada uma manifestação em frente à Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).
Para recuperar o piso salarial da categoria, a Força quer reposição de 13,77% (referente a perdas acumuladas desde o Plano Real) mais o índice de reajuste negociado neste ano. Estudo da central mostra que, desde 94, a categoria teve reajuste de 119,9% contra inflação de 108,17%, de acordo com o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor). Mas os ganhos salariais foram reduzidos, na prática, por causa da alta rotatividade no setor. Segundo cálculo feito nas indústrias de São Paulo, a cada mês 2% dos funcionários são demitidos -ou seja, 5.000 são dispensados mensalmente.
"A readmissão ocorre com salários mais baixos. Isso, ao longo dos oito anos, resultou em achatamento de 13,77%", disse Eleno Bezerra, do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo. "Com piso maior, podemos evitar a substituição de quem ganha mais por quem aceita receber menos." Hoje, o piso varia de R$ 372 a R$ 400.
A Federação dos Metalúrgicos da CUT (reúne 250 mil no Estado) negociou ontem com o setor de autopeças. Foram discutidas mudança de data-base (de novembro para setembro), reajuste salarial e garantia de estabilidade para portadores de doença profissional. Novas reuniões estão previstas para o período entre 29 de outubro e 13 de novembro. Com o setor de fundição, novo encontro foi marcado para o dia 30.


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