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TRABALHO
Metalúrgico quer negociar
Força Sindical define paralisação no dia 25
CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL
A primeira paralisação da campanha salarial dos metalúrgicos
da Força Sindical já tem alvo: as
indústrias que pertencem ao chamado grupo 10 (inclui lâmpadas,
aparelhos elétricos, funilaria, entre outras) podem parar na próxima sexta-feira, caso não seja definido calendário de negociação salarial. Juntas, empregam 100 mil
no Estado de São Paulo.
A estratégia da Força é encerrar
até o final deste mês as negociações salariais de 700 mil metalúrgicos com todos os setores patronais. Em reunião realizada ontem, 49 sindicatos filiados à Federação Estadual dos Metalúrgicos
definiram que, se não houver propostas de reajuste até o dia 30 deste mês, indústrias das zonas oeste
e norte da capital vão parar.
No dia 1º de novembro, a paralisação será nas fábricas das zonas
leste e sul, além da Grande São
Paulo e interior do Estado. Nesse
mesmo dia, está agendada uma
manifestação em frente à Fiesp
(Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).
Para recuperar o piso salarial da
categoria, a Força quer reposição
de 13,77% (referente a perdas acumuladas desde o Plano Real) mais
o índice de reajuste negociado
neste ano. Estudo da central mostra que, desde 94, a categoria teve
reajuste de 119,9% contra inflação
de 108,17%, de acordo com o
INPC (Índice Nacional de Preços
ao Consumidor). Mas os ganhos
salariais foram reduzidos, na prática, por causa da alta rotatividade
no setor. Segundo cálculo feito
nas indústrias de São Paulo, a cada mês 2% dos funcionários são
demitidos -ou seja, 5.000 são
dispensados mensalmente.
"A readmissão ocorre com salários mais baixos. Isso, ao longo
dos oito anos, resultou em achatamento de 13,77%", disse Eleno
Bezerra, do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo. "Com piso
maior, podemos evitar a substituição de quem ganha mais por
quem aceita receber menos." Hoje, o piso varia de R$ 372 a R$ 400.
A Federação dos Metalúrgicos
da CUT (reúne 250 mil no Estado)
negociou ontem com o setor de
autopeças. Foram discutidas mudança de data-base (de novembro
para setembro), reajuste salarial e
garantia de estabilidade para portadores de doença profissional.
Novas reuniões estão previstas
para o período entre 29 de outubro e 13 de novembro. Com o setor de fundição, novo encontro
foi marcado para o dia 30.
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