São Paulo, sexta-feira, 18 de outubro de 2002

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ENERGIA

Bandeirante quer aumento de tarifa de 23,49%; se concedido, será o maior do ano e leva em conta a variação da moeda

Distribuidora usa dólar para reajustar luz

HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A alta do dólar poderá provocar reajustes maiores na conta de energia elétrica neste ano. A Bandeirante Energia, distribuidora que atende a 1,12 milhão de consumidores no Estado de São Paulo, pediu à Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) para aumentar em 23,49% a tarifa.
A Piratininga, que atende a outro 1,02 milhão de consumidores no Estado, quer reajustar a tarifa em 21,93%. Se autorizados pela agência, serão os maiores aumentos de 2002.
O maior reajuste concedido até agora, de 19,68%, beneficiou a Cooperativa Aliança, que atende a 23 mil consumidores de três municípios catarinenses.
A Folha apurou que o dólar será responsável por aproximadamente 50% do índice a ser concedido pela Aneel às empresas.
Os reajustes da Bandeirante e da Piratininga terão percentuais iguais, serão anunciados nos próximos dias pela Aneel e devem entrar em vigor na quarta-feira. No ano passado, a Bandeirante pediu aumento de 20,81% e a agência reguladora concedeu 19,43%.
Até o final do ano, o dólar deve afetar o reajuste das distribuidoras Cerj (RJ) e Light (RJ), que têm aumento marcado para novembro e dezembro, respectivamente.

Dólar
Além de ter se valorizado em relação ao real, o dólar está pesando mais na conta de luz neste ano porque o governo modificou, em setembro de 2001, a forma de repassar o dólar para as tarifas.
Atendendo a pedido das empresas, o governo criou uma espécie de conta de compensação por meio da qual toda a perda das empresas com desvalorização é repassada para o consumidor.
Antes, as empresas só conseguiam repassar parte da alta do dólar. Isso acontecia porque a Aneel levava em conta apenas a cotação entre as datas do reajuste, e não durante todo o período.
As modificações feitas pelo governo permitem que os custos chamados "não-gerenciáveis" -entre eles os custos em dólar- sejam repassados integralmente para o consumidor.


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