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MERCADO ABERTO
Agronegócio já preocupa ferrovia
O enfraquecimento do agronegócio e a valorização do
real preocupam a ferrovia
MRS Logística, uma das
principais empresas do setor no
país. Com uma parcela considerável de seus negócios voltados
para a exportação, a MRS teme a
influência desses fatores nas vendas externas no ano que vem.
"A atividade ferroviária é intimamente ligada à exportação. O
dólar desvalorizado pode nos
prejudicar", diz Júlio Fontana
Neto, presidente da empresa.
Segundo ele, houve uma redução no transporte de fertilizantes,
o que interpreta como um fator
de preocupação. "É sinal de que a
área plantada será menor."
Ele diz que tem ouvido de empresários do agronegócio, especialmente os ligados à soja, a confirmação de que reduzirão a área
plantada na próxima safra.
Segundo ele, a companhia já
sente uma redução no volume
transportado no mercado interno. "Diziam que o último trimestre deste ano seria melhor, mas,
até agora, não vi essa reação."
Apesar do cenário incerto, ele
diz esperar um aumento no volume transportado em 2006. A estimativa é fechar com 123 milhões
de toneladas transportadas, ante
as 110 milhões de 2005.
Boa parte da carga é ligada à cadeia siderúrgica e mineradora.
Entre seus sócios estão as principais siderúrgicas do país e a Vale
do Rio Doce. Elas vivem uma disputa em razão do aumento da
presença da Vale na empresa e
que chegou até ao Cade.
Fontana diz que a disputa não
afeta a empresa, embora julgue
"que um mau acordo é sempre
melhor do que uma boa briga".
A MRS pretende, aos poucos,
reduzir a participação dos produtos siderúrgicos e de minério
no total transportado. Hoje a
concentração nesses segmentos
chega a 70% do volume total,
mas Fontana considera ideal reduzi-lo para 50%.
Para 2006, a empresa espera investir R$ 650 milhões na operação, com a modernização e a duplicação de alguns trechos. Ela
planeja ainda a compra de 150
novas locomotivas e 5.500 vagões
nos próximos cinco anos.
ARESTAS APARADAS
A Abdib (associação da indústria de base) irá concentrar esforços para tentar destravar o projeto de lei que busca instituir uma
política nacional para o setor de
saneamento. Amanhã, a diretoria e o conselho de estratégia da
entidade se reúnem com o deputado federal Júlio Lopes (PP-RJ),
relator do projeto de lei. Na
quinta, a reunião será com a Associação Nacional dos Serviços
Municipais de Saneamento. A
intenção é resolver as polêmicas
em torno do projeto proposto
pelo governo, que recebeu 862
emendas. As empresas do setor
não aceitaram esse texto.
DISPUTA
A Top Sports, empresa que detém os direitos de transmissão
dos campeonatos de futebol da
Espanha e da Itália, acaba de pedir a falência da Rede TV!. A
emissora, segundo o processo de
arbitragem, quebrou o contrato
que existia para a transmissão da
Copa dos Campeões da Europa.
O valor da conta é de R$ 2,782
milhões. A agência de marketing
trava uma disputa jurídica com a
emissora desde o ano passado.
PRIMEIRA DAMA
Na esteira da indicação de
Angela Merkel, 51, como a primeira mulher a ocupar a
Chancelaria alemã, na semana
passada, um designer e fabricante de bonecas do país,
Marcel Offermann, acaba de
lançar uma coleção especial
inspirada na política conservadora. Com "tiragem" limitada de 999 unidades, a boneca deve custar 189 (cerca de
R$ 510), e suas roupas são inspiradas na forma como Merkel se vestiu no dia das eleições alemãs, em setembro.
DESEMBARQUE
O Outback Steakhouse escolheu Porto Alegre para abrir seu
primeiro restaurante na região
Sul. A 12ª unidade da cadeia
americana no país teve investimento de R$ 4 milhões e começa
a operar em 22 de novembro.
PROTESTOS
O movimento de títulos efetivamente protestados em SP caiu
7,5% em setembro ante agosto,
segundo o Instituto de Estudos
de Protesto de Títulos-SP.
EXPANSÃO
Com foco na expansão nacional, a Gafisa anuncia amanhã sua
entrada no mercado de Mato
Grosso, em encontro com o governador do Estado, Blairo Maggi. Em parceria com uma empresa local, ela lança um condomínio residencial em Cuiabá.
EMISSÃO
A GP Investimentos Imobiliários, por meio de sua controlada
Altere Securitizadora, acaba de
emitir mais R$ 101,5 milhões em
CRIs (Certificados de Recebíveis
Imobiliários). Com essa emissão, a Altere já soma R$ 300 milhões de emissões em 2005, sendo R$ 157 milhões de certificados
com registro provisório e R$143
milhões com definitivo. Os papéis são lastreados pelos contratos de compra e venda.
MESA GLOBALIZADA
Alunos de 23 nacionalidades
participam amanhã de mesa-redonda em SP sobre o papel do
Brasil nas negociações de comércio multilaterais. O evento faz
parte do módulo organizado no
país do MBA Trium Global, desenvolvido por três instituições:
a NYU Stern School of Business,
a London School of Economics e
a HEC School of Management
(França). No Brasil, a parceria é
com a Fundação Dom Cabral.
DESALENTO
A reunião do Copom, que começa hoje, não deve gerar grande alento à indústria paulista. Essa é a opinião do diretor do departamento de economia do
Ciesp, Boris Tabacof, que acredita numa redução da taxa básica
de juro de, no máximo, 0,5 ponto
percentual. Para Tabacof, o país
enfrenta um momento delicado,
com forte risco de desorganização do agronegócio e suspensão
da "MP do Bem". "O Banco Central deveria abandonar o dogmatismo e passar a estimular o crescimento. Para isso, basta deixar
de encarar a indústria como inimiga da estabilidade", diz.
INVESTIMENTO
A implantação e a construção
do porto de Navegantes, cidade a
150 km de Florianópolis, deve
demandar investimento de R$
420 milhões ao longo de 22 meses pela Portonave, que cuida do
projeto. As obras começam no
próximo dia 26, quando será lançado o marco inicial, com o governador de Santa Catarina, Luiz
Henrique. Estima-se que o porto
tenha capacidade para movimentar 600 mil contêineres.
MAIS CARO
O comércio para o Dia da
Criança teve saldo positivo
neste ano. As vendas de presentes com cartões de crédito
e de débito entre os dias 1º e 12
deste mês registraram crescimento de 33%, com faturamento de R$ 2,4 bilhões, segundo dados da Redecard,
que opera com uma rede de
860 mil estabelecimentos credenciados. As maiores altas
foram alcançadas por produtos mais caros, como computadores e acessórios (59%) e
equipamentos eletrônicos
(56%), na comparação com o
mesmo período do ano passado. Presentes mais tradicionais, como calçados (34%),
brinquedos (29%) e roupas
(23%), registraram aumento
menor, embora também tenham crescido ante 2004.
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