São Paulo, quinta-feira, 18 de outubro de 2007

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GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br

BC deu sinalização errada ao manter Selic, diz economista

O economista Júlio Sérgio Gomes de Almeida, consultor do Iedi e ex-secretário de Política Econômica da Fazenda, acha que o Banco Central deu uma sinalização errada ao manter inalterada a taxa básica de juro da economia em 11,25%. Para ele, o principal efeito será sobre as expectativas dos empresários.
"O Banco Central está enxergando névoas, para não dizer nuvens negras, em uma economia que está uma pérola", diz.
O economista concorda que não há muita diferença entre a manutenção do juro em 11,25% ou uma eventual queda em 0,25 ponto, caso essa tivesse sido a decisão do Copom.
O efeito sobre os juros cobrados pelos bancos na cobrança de empréstimos tanto para pessoas físicas como para pessoas jurídicas não seria muito grande.
O problema maior é sobre o ânimo dos empresários. O receio é que, assim como o Banco Central decidiu fazer uma parada técnica para avaliar os efeitos dos cortes de juros na economia, os empresários também acabem freando seus investimentos.
"Se o Banco Central quer que os empresários parem de investir devido a essa ameaça de uma névoa de inflação de demanda lá na frente, o caminho é esse", afirma o economista. É por essa razão que Gomes de Almeida acha que o BC errou.
O fato é que o Banco Central mirou o risco de uma alta da inflação em 2008, já que os reflexos da queda do juros ainda não se refletiram totalmente na economia. Uma decisão de política monetária demora cerca de seis meses para ter efeito no mundo real.
O problema, no entanto, segundo Gomes de Almeida, é que a taxa de juro no Brasil ainda é muito alta em relação ao resto do mundo e havia espaço para novas quedas.
O medo é que esse temor de uma alta da inflação se espalhe na economia. "Afinal, a autoridade monetária tem poder de criar imagens, mesmo erradas, que fincam raízes", diz o economista.

CENTRAL DA FRAGRÂNCIA

A mineira Tania Bulhões inaugura, amanhã, nova loja conceito, desta vez centrada em perfumes, com marca própria e aromas desenvolvidos na França e fabricados no Brasil. O local escolhido é uma casa de 470 m2, construída nos anos 40, no Jardim Europa, em SP. Batizada de Tania Bulhões Perfumes, a loja terá dois andares e um "balcão de degustação" logo na entrada, com 11 diferentes aromas. Uma segunda unidade é prevista para 2008, no Shopping Cidade Jardim.

TIC-TAC
A suíça Hublot, que acaba de aportar no Brasil, faz hoje seu primeiro grande evento, o lançamento do relógio Big Bang Ayrton Senna, em SP. A idéia é aproveitar a semana do GP para vender o modelo que faz homenagem ao piloto. Viviane Senna participa do lançamento, no hotel Emiliano. O preço do relógio, que tem edição limitada, é divulgado sob consulta.

CADEIRA
O diretor-geral da ANP, Haroldo Lima, foi indicado por Lula para ser reconduzido ao cargo. Ele vai passar por sabatina no Senado. Também foi solicitada ao Senado a retirada do nome de José Fantine para diretor-geral da ANP, enviada à casa em 2005. Fantine foi rejeitado na sabatina feita pela Comissão de Infra-Estrutura do Senado na época.

ARRECADAÇÃO
Helmut Schwarzer, secretário de Políticas de Previdência Social, divulga hoje o resultado do Regime Geral de Previdência Social para setembro. A arrecadação é a segunda maior da série histórica, inferior apenas à de agosto de 2007. A de setembro de 2007 foi 4,2% maior que a de setembro de 2006, e o acumulado no ano, até setembro, é 9,5% superior ao mesmo período em 2006.

EMPRESA DO ANO
Antônio Ermírio de Moraes será o grande homenageado na premiação de As Melhores da Dinheiro, ranking anual da revista "IstoÉ Dinheiro", em São Paulo. A Companhia Brasileira de Alumínio será a empresa do ano. O empresário receberá o prêmio do presidente da República em exercício, José Alencar. O presidente do BC, Henrique Meirelles, abre o evento.

ESTRÉIA
O Banco Industrial prepara sua estréia na Bolsa. Para isso, trocou seu advisor: saiu o UBS Pactual e entrou o Bradesco.

SOB NOVA DIREÇÃO
Ana Chaia acaba de assumir a direção da divisão de varejo da Swarovski, de cristais, no Brasil.


com ISABELLE MOREIRA LIMA e JOANA CUNHA


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