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MERCADO ABERTO
GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br
Números do mês de setembro não mostram crise, diz Iedi
Os efeitos da crise global não
se refletiram nos indicadores
da economia brasileira do mês
passado. A conclusão é do Iedi
(Instituto de Estudos para Desenvolvimento Industrial), a
partir de dados positivos sobre
o desempenho da indústria e do
varejo em setembro.
A produção industrial de São
Paulo cresceu 1,3% em setembro na comparação com agosto,
segundo dados da FGV (Fundação Getulio Vargas). A ACSP
(Associação Comercial de São
Paulo) mediu uma expansão de
10,6% nas consultas de vendas
a prazo e de 5,1% para negócios
à vista. Os indicadores de emprego e produção de veículos
também mostraram um bom
desempenho em setembro.
"Todo mundo vai ficar procurando sinais da crise em
qualquer indicador. Mas o PIB
[Produto Interno Bruto] do
terceiro trimestre e os dados
econômicos de setembro não
vão indicar efeitos mais fortes
da crise", disse Julio Sergio Gomes de Almeida, consultor do
Iedi e professor da Unicamp.
Ele ressalta, no entanto, que
a manutenção de dados positivos em setembro não significa
que a economia brasileira está
blindada dos efeitos da crise
global. Para Gomes de Almeida,
o agravamento da crise com a
quebra do banco norte-americano Lehman Brothers, em 15
de setembro, afetou o planejamento de consumidores e empresários, mas não sua ação
imediata. Assim, compras e investimentos já planejados devem ser realizados, mas empresários e consumidores colocarão o pé no freio em novos projetos diante da crise.
O resultado disso deve aparecer parcialmente nos dados de
outubro. Segundo o consultor
do Iedi, o mercado de bens duráveis deve ser um dos primeiros a sentir os sinais da crise.
No entanto, o pequeno varejo,
dependente da massa salarial,
não deve ser afetado ainda.
Em novembro e dezembro,
será possível mensurar uma retração na aquisição de máquinas leves, diz Gomes de Almeida. Mas o reflexo da redução de
investimentos mais estruturados, como a construção de novas unidades industriais, será
perceptível apenas em 2009.
VÔO À LA CARTE
Gustavo Murad, diretor de negócios para companhias
aéreas da Amadeus, empresa que desenvolve tecnologia
para o mercado de turismo e aviação, diz que o setor é vítima habitual de qualquer turbulência, de guerras a crises
econômicas. "Quando há qualquer crise, guerras ou turbulência econômica, o setor precisa solucionar as vulnerabilidades." Desta vez, para aliviar o impacto, a tendência será flexibilizar o produto aos passageiros e segmentar
cada vez mais. Entre as estratégias, Murad diz que as
companhias aéreas deverão oferecer diferentes cardápios
nos vôos, pagos separadamente, e vender ingressos de
museus com ganho de comissão. "É receita adicional."
GOLPE DO BAÚ
Mulher posa com cartaz com a frase "Jovem, solteira, pobre, buscando um milionário", durante a feira que apresenta produtos de luxo, Millionaire Fair Munich 2008, ontem, na Alemanha
SOBREVIVENTES
O JPMorgan Chase recomendou 16 empresas que
deverão ter desempenho superior à média das Bolsas
norte-americanas durante a
recessão mundial que deve
ocorrer nos próximos dois
anos, segundo a Bloomberg.
As escolhidas foram: 3M,
Baxter, Colgate-Palmolive,
CA, Devon Energy, General
Mills, Gilead Sciences, Google, Hewlett-Packard,
McDonald's, Merck, Monsanto, Nucor, Philip Morris,
Union Pacific e Visa. A lista
elenca as convicções dos 78
analistas de mercado do
banco. Entre os critérios estão baixo endividamento,
retorno ao investidor sob
forma de dividendos ou recompras e lucratividade.
BOATARIA
Charles Rosen, responsável pela captação de recursos da campanha de Barack
Obama para a eleição presidencial americana, que vai
desembarcar no Brasil na
próxima semana, já está sabendo sobre a publicidade
da candidata Marta Suplicy
com perguntas de natureza
pessoal sobre seu adversário
Gilberto Kassab. Para Rosen, ataques e sugestões sobre detalhes pessoais são
uma arma de efeito poderoso. "Infelizmente, isso tem
efeito." Em Obama, ele diz
que os ataques sugestivos
colaram e que se a situação
brasileira tiver um efeito inverso, será muito curioso.
"Ouço pessoas dizendo que
não votarão em Obama porque ele é terrorista e muçulmano." Rosen vem ao Brasil
para participar do evento sobre comunicação de marcas
New Brand Communication, no Senac, em SP.
ASSUNTO
O Ação Jovem do Mercado Financeiro e de Capitais
fará, dia 23, na BM&FBovespa, o debate "Impactos da
crise americana no mercado
brasileiro". Estarão presentes o sócio global do Rothschild Luiz Muniz e Luiz Leonardo Cantidiano, ex-CVM.
PROTESTADOS
Em setembro, foram protestados 63.109 títulos, segundo pesquisa realizada
pelo Instituto de Estudos de
Protesto de Títulos Seção
São Paulo com os dez tabeliães de protesto da capital.
A queda foi de 2,8% em relação aos 64.938 de agosto.
com JOANA CUNHA, MARINA GAZZONI
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