São Paulo, sábado, 18 de outubro de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Caixa estuda criar linhas para manter crédito a construtoras

JULIANA ROCHA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A Caixa Econômica Federal poderá criar novas linhas de crédito para construtoras que enfrentam dificuldades de obter recursos no mercado financeiro. O banco estuda condições especiais - com juros e prazos melhores que os de mercado- para a construção civil, como uma das medidas para impedir que o setor sofra desaceleração em 2009.
A construção civil é a nova preocupação do governo. Os negócios poderão se desaquecer por causa da crise financeira internacional, da escassez de crédito e da desaceleração da economia. Por isso, o Ministério da Fazenda prepara medidas que devem ser anunciadas na semana que vem.
O consultor técnico da vice-presidência de governo da Caixa, Teotônio Rezende, explica que até o primeiro semestre deste ano as construtoras buscavam financiamento na Bolsa de Valores, lançando ações. Com a queda generalizada do mercado de ações, este canal barato de financiamento se fechou, o que coloca em risco novos projetos na área.
"As medidas ainda estão em estudo. O que se busca é como estruturar uma linha de crédito para socorrer essas empresas antes que o problema esteja caracterizado", afirmou Rezende.

Juros e prazos seguem
A Caixa reiterou ontem que as taxas de juros e prazos do financiamento imobiliário serão mantidos. A alta dos juros básicos e a falta de liquidez no sistema financeiro levaram bancos privados a aumentar juros e reduzir prazos dos empréstimos.
Desde 2007 a Caixa mantém os juros e prazos para financiar imóveis. Os juros para quem usar recursos do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) são de 8,16% ao ano. Os juros cobrados dos mutuários da casa própria com recursos da poupança variam entre 8% e 14%. Os valores têm o acréscimo da TR (Taxa Referencial).
O impulso ao financiamento da casa própria é outra contribuição que poderá vir da Caixa para impedir prejuízos na construção. O banco tem a meta de emprestar R$ 28,7 bilhões para o financiamento habitacional em 2009.
Rezende diz que a instituição tem recursos para oferecer até R$ 50 bilhões para o crédito habitacional. Mas o aumento da oferta de crédito depende da demanda em alta.


Texto Anterior: Foco: Banco Central deve agir com "porrete" no mercado, afirma Conceição Tavares
Próximo Texto: Nossa Caixa vai financiar vencedor de leilão de estradas
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.