|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Quais são as opções do governo brasileiro para lidar com os efeitos da crise?
A primeira reação do governo tem sido tentar evitar ou
atenuar a secura de crédito, cuja expansão foi um dos motores
da economia brasileira nos últimos anos, embora retórica oficial prefira dar mérito ao PAC.
Mas, como aconteceu em todas as crises recentes, o país pode ser obrigado a escolher entre
crescimento e inflação -sacrificar o primeiro para evitar a
segunda ou, na alternativa menos conservadora, tentar acelerar um correndo o risco de impulsionar a outra.
No primeiro caso, a receita é
conhecida: os juros são mantidos ou até elevados, e o mesmo
é feito com a meta de superávit
primário (a parcela da arrecadação tributária destinada ao
abatimento da dívida pública).
As medidas reduzem o consumo público e privado, esfriam a
economia e ajudam a impedir
que a alta do dólar se transforme em aumento da inflação.
Esse era o cenário traçado
antes do agravamento da crise,
quando as atenções do governo
se voltavam para a rápida piora
da balança comercial, efeito colateral do consumo em alta. O
projeto de Orçamento de 2009
já contempla a possibilidade de
aumentar superávit primário.
Mas a perspectiva de contração econômica acima do esperado levou setores menos ortodoxos da equipe econômica a
falar, até aqui no anonimato,
em medidas pró-crescimento,
de mais gastos públicos, menos
impostos e menos juros. É o
que os economistas chamam de
política anticíclica: quando a
economia vai bem, o governo
faz mais economia; quando vai
mal, gasta-se. No caso brasileiro, já não há mais tempo para a
primeira parte do plano.
Texto Anterior: Por que as empresas brasileiras que nada têm a ver com as origens da crise tiveram prejuízos milionários? Próximo Texto: Debate Folha: País será contaminado, mas pode conter desaceleração Índice
|