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MERCADO TENSO
Empresas dos Estados Unidos se aproveitam da crise e ampliam presença no sistema financeiro japonês
Companhias dos EUA invadem o Japão
de Tóquio
Nos últimos dez anos, os japoneses cutucaram os Estados Unidos
comprando estúdios cinematográficos em Hollywood e o prédio da
GE em Nova York.
Parecia uma invasão. Agora chegou a hora do troco.
Três grandes e tradicionais instituições financeiras japonesas foram compradas por companhias
norte-americanas somente em junho passado, causando polêmica e
sentimentos contraditórios numa
sociedade tradicionalmente fechada aos estrangeiros.
Tudo começou com a aquisição
de 33 agências da tradicionalíssima corretora japonesa Yamaichi
pela norte-americana Merrill
Lynch. A Yamaichi faliu em 1997
depois de cerca de um século de
operações.
Quase que simultaneamente, o
grupo Travelers anunciou que iria
absorver a Nikko Securities, quarta maior corretora do país.
Pouco depois, o American International Group adquiriu a Aoba
Life, uma grande seguradora do
combalido grupo Nissan.
Como se não bastasse, o Citibank
invadiu as ruas de Tóquio convencendo os japoneses a tirar a poupança dos bancos locais e testar
novos meios de guardar dinheiro.
Para alguns, as operações mostraram que um processo de reestruturação saudável do sistema financeiro japonês está a caminho.
Outros acham que foi um sinal de
alerta, como Shintaro Ishihara, um
nacionalista que ficou famoso por
ter escrito com Akio Morita, do
grupo Sony, o livro "Um Japão que
Pode Dizer Não". Segundo ele, que
escreveu recentemente "Um Japão
que Pode Dizer Não De Novo", a
crise estaria sendo aproveitada para elevar a hegemonia norte-americana na Asia. Ele sugere que o governo de Tóquio ameace vender os
títulos do Tesouro dos EUA que
tem em mãos par forçar Washington a reduzir as pressões sobre o
país.
(MA)
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