DA REPORTAGEM LOCAL

O vice-presidente da República, José Alencar, voltou ontem a criticar as taxas de juros cobradas no Brasil e disse que os custos de capital "inviabilizam o investimento no setor produtivo". "Enquanto a remuneração sobre a atividade econômica for menor do que o custo de capital, não será possível compatibilizar com as necessidades de investimento de que o Brasil precisa para crescer", afirmou.
"É um despropósito que um empresário aceite pagar de 2,5% a 3% de juros para o desconto de uma duplicata. Isso, por ano, dá 42% de juros. O rendimento sobre a atividade econômica é no máximo de 15%", disse.
Segundo ele, o empresário que aceita pagar essas taxas está "fadado ao fracasso". "Somente os incautos aceitam pagar esses juros. Aceitam porque há uma cultura de que no Brasil as taxas são assim."
Alencar afirmou que é preciso haver uma resistência contra as taxas elevadas. "O governo está tomando suas medidas, mas uma resistência também ajuda."
Na semana passada, Alencar havia dito que a população deve "resistir" comprando à vista ou financiando só as compras "essenciais". O objetivo, segundo ele, é evitar que o sistema financeiro se beneficie com a venda financiada no comércio.
Ontem o vice-presidente esteve em São Paulo, no Palácio dos Bandeirantes, onde participou da entrega do Prêmio Nacional de Qualidade.


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