DA SUCURSAL DO RIO

O diretor da Área Financeira do BNDES, Roberto Timótheo da Costa, disse ontem que o fechamento do acordo da dívida da AES com o banco depende de "detalhes". Os detalhes são a aprovação do acordo pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) e pelos bancos que emprestaram (US$ 300 milhões) à AES recebendo como garantia ações da geradora AES Tietê.
"Em uma semana não se constrói nenhuma Muralha da China. É para acertar detalhes", disse ele a respeito da prorrogação do prazo para fechamento do acordo até a próxima segunda-feira.
Costa disse que ainda ontem discutiria com os bancos credores, liderados pelo Bank of America, como ficarão esses créditos dentro da empresa, a Novacom, a ser compartilhada pelo BNDES e a AES a partir do acordo. "Vamos dizer que eles passarão a estar em muito melhor companhia", disse.
Pelo acordo, anunciado como fechado pelo vice-presidente da AES, Joseph Brandt, a AES IHB, subsidiária da empresa nas ilhas Cayman que é a dona da AES Tietê, passaria a fazer parte da Novacom, levando com ela a dívida de US$ 300 milhões.
Pelo acordo, o BNDES seria compensado, pois passaria à condição de co-proprietário desse passivo. Receberia ações preferenciais da Novacom, tornando-se dono de 53,85% do capital total da nova empresa. Continuaria, no entanto, minoritário (50% menos uma ação) no capital votante. A AES assumiria o compromisso de comprar depois do banco essas ações preferenciais.
Outra novidade seria o aumento de US$ 60 milhões para US$ 90 milhões da parcela que a AES pagará à vista no fechamento do acordo. A parcela a ser refinanciada passaria a ser de US$ 510 milhões e não de US$ 540 milhões.
A AES deve ao BNDES US$ 1,2 bilhão. Metade da dívida irá compor a parte estatal do capital da Novacom. Os encargos (US$ 118 milhões) serão perdoados.


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