São Paulo, segunda-feira, 18 de dezembro de 2006

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Mercado Aberto

guilherme.barros@uol.com.br

Déficit do plástico é o maior desde 2000

A balança comercial brasileira de plásticos deve fechar este ano com um déficit de US$ 250 milhões, o maior dos últimos seis anos do setor, segundo previsão da consultoria MaxiQuim Assessoria de Mercado, especializada no segmento químico.
Em novembro, as exportações de plásticos caíram 14% em relação ao mês de outubro, fechando em US$ 100,1 milhões. Já as importações caíram apenas 3,8%, atingindo US$ 141,4 milhões.
O déficit comercial em novembro foi de US$ 41,3 milhões, um resultado 34,6% superior ao do mês anterior e praticamente o dobro do mesmo mês de 2005. O déficit de novembro foi um dos maiores dos últimos sete anos.
No acumulado do ano até novembro, o déficit do setor de plásticos soma US$ 241,7 milhões, 41,6% acima do registrado no mesmo período do ano anterior.
Segundo o engenheiro químico Otávio Carvalho, sócio da MaxiQuim, o crescimento do déficit na balança comercial do setor de plásticos se deve essencialmente à sobrevalorização do real. Nos últimos três anos, esse déficit tem sido crescente, depois de ter registrado apenas US$ 112 milhões em 2003, o menor da história recente. A balança do setor sempre foi deficitária.
Com a valorização do câmbio, as exportações estão perdendo em competitividade e as importações têm aumentado significativamente. O plástico brasileiro ficou caro.
O mais preocupante é que as importações começam a invadir o mercado de produtos semi-acabados de plásticos fabricados no Brasil e que o país tem folga suficiente para atender a demanda interna. Um dos exemplos é o Bopp, o polipropileno biorientado, que é utilizado em embalagens de maços de cigarro e de CDs. O maior concorrente do Brasil não é a China, e sim países vizinhos como Chile, Argentina e Peru. A China concorre em outras áreas, como na de brinquedos de plástico, que são encontrados nas lojas de R$ 1,99.
Apesar do crescimento preocupante do déficit comercial do plástico, Otávio Carvalho não teme que a sobrevalorização do câmbio provoque nesse segmento os mesmos estragos produzidos nas áreas têxtil e de calçados. A diferença é que o Brasil nunca chegou a ser um grande exportador de plástico.

NEGÓCIOS À MESA

Acostumada com o meio empresarial, a chef Clo Dimet criou um novo formato para os eventos que realiza em parceria com grandes empresas. Com uma carteira de clientes como IBM, DHL, Odebrecht, Unilever, a chef lançou as "confraternizações tailor made" nas duas casas que comanda hoje, o Clo Restaurante e o La Table. A idéia, segundo ela, "é usar a gastronomia para outros fins". Clo diz ter percebido que uma equipe pode aprender muito sobre planejamento numa aula de gastronomia ou em uma degustação. A partir de uma solicitação da empresa, ela desenvolve o formato mais adequado de evento, como uma aula para fazer receitas em equipe, por exemplo. Há opções de degustação, palestras e workshops com sommeliers, além de aulas de gastronomia.

MEMÓRIA NUCLEAR
A Aben (associação de energia nuclear) lança hoje dois livros que fazem parte do seu projeto de resgate da memória da energia nuclear no país. "Renato Archer Energia Atômica, Soberania e Desenvolvimento" e "O Fogo dos Deuses", de Guilherme Camargo. A apresentação do livro de Archer é do deputado Aldo Rebelo.

RESTAURADO
A Fecap (Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado) concluiu o restauro de sua fachada em estilo "art nouveau" , projetada pelo arquiteto Carlos Eckman. Até quarta, o prédio, tombado pelo Patrimônio Histórico, estará aberto ao público. O restauro teve investimento de R$ 400 mil, com recursos da própria fundação.

PRODUÇÃO
A Voith Paper aumentou a capacidade de produção da área da secagem de celulose da Cenibra, em Belo Oriente (MG). Foi o resultado de investimento de US$ 19,5 milhões no sistema. Após 14 meses de trabalho, houve aumento na capacidade nominal de produção de 970 mil para 1,14 milhão de toneladas de celulose ao ano.

ESTETOSCÓPIO
As importadoras de equipamentos e produtos médico-hospitalares movimentaram cerca de US$ 1,6 bilhão de janeiro a outubro -crescimento de 17%, em comparação ao mesmo período de 2005-, apesar das greves na Receita e na Anvisa, que prejudicaram o setor no primeiro semestre, segundo a Abimed (associação do setor).


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