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Ferrovia Transnordestina vai ficar para 2012
Obra, que faz parte do PAC, tinha conclusão inicialmente prevista para o final de 2010, mas cronograma não será cumprido
Transnordestina é obra considerada prioritária e, segundo o governo, irá incrementar a atividade econômica em vários locais
HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A ferrovia Transnordestina,
inicialmente prevista para o final de 2010, só deverá ficar
pronta em abril de 2012. Mesmo assim, não será totalmente
concluída. Apenas o trecho entre Eliseu Martins (PI) e o porto de Suape (PE) sairá do papel.
A outra parte, entre Missão Velha (PE) e o porto de Pecém
(CE), ficou para 2013.
Embora no PAC (Programa
de Aceleração do Crescimento)
a obra esteja classificada como
de andamento "adequado" (selo verde) e a previsão de conclusão do empreendimento (1.728
km de novos trilhos e 550 km
de remodelação) seja setembro
de 2011, não será possível cumprir o cronograma previsto.
Segundo a Folha apurou, o
contrato assinado entre a CSN
(concessionária da malha ferroviária do Nordeste) e a Odebrecht prevê que as obras feitas
no trecho entre Eliseu Martins
e Suape durem 30 meses.
Quanto ao restante da obra
(Missão Velha - Pecém), não há
previsão oficial, mas o governo
não trabalha com a hipótese de
ter a ferrovia pronta antes de
2013.
A Transnordestina vem enfrentando vários tipos de problema para sair do papel -desde uma intrincada modelagem
financeira que envolve principalmente recursos públicos
(87,5% dos R$ 5,4 bilhões previstos) até atrasos no cronograma de licenciamento ambiental e de desapropriações.
Os constantes atrasos irritaram a ministra Dilma Rousseff
(Casa Civil) e levaram a desentendimentos com o ex-secretário-executivo do Ministério da
Integração Luiz Antonio Eira,
que pediu demissão em junho,
após uma discussão com Dilma. Depois do episódio, a ministra disse que "nem morta"
deixaria de fazer a ferrovia.
A Transnordestina é considerada um projeto prioritário
desde o início do governo Lula
e já teve a conclusão de sua primeira fase prevista para 2007,
mas sempre sofreu atrasos recorrentes. Na visão do governo,
é considerada importante para
incrementar a atividade econômica em vários locais, como o
plantio de frutas no vale do São
Francisco e a produção de álcool no Maranhão e no Piauí.
Também é vista como fundamental para incentivar a produção de soja no sul do Piauí e
no oeste da Bahia.
Os grãos seriam escoados para o mercado externo via portos de Suape e Pecém. Os cálculos do governo indicam um potencial de 30 milhões de toneladas de soja, milho e algodão
sendo exportadas por esses locais.
Oeste-Leste
Outra ferrovia importante, a
Oeste-Leste, também enfrenta
atrasos no licenciamento ambiental. A expectativa do governo é que a licença prévia seja
expedida até o início de fevereiro do ano que vem. Assim que
isso acontecer, o edital de licitação será publicado. A ideia é
começar as obras até maio.
A ferrovia, de 1.490 km, deverá ligar a cidade de Figueirópolis (TO) ao porto de Ilhéus, no
litoral baiano. A obra está orçada em cerca de R$ 6 bilhões. O
governo pretende licitar a
construção e, depois, deverá fazer uma concessão na modalidade de capacidade de carga.
Com esse sistema, várias empresas operam na linha e oferecem seus serviços a quem tenha
produtos a transportar.
Na ferrovia Norte-Sul, o governo enfrenta problemas com
o TCU (Tribunal de Contas da
União). O órgão de controle decidiu restringir o repasse de recursos públicos para a Odebrecht, uma das empreiteiras
que estava tocando a obra. Por
essa razão, a empresa rescindiu
seu contrato com o governo. A
Andrade Gutierrez, que estava
com outro pedaço da obra, entrou na Justiça e conseguiu liminar para manter os pagamentos integrais.
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