São Paulo, sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

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Malha do país requer R$ 54,5 bi em obras, diz CNT

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O país precisará de R$ 54,5 bilhões em obras ferroviárias até 2025, de acordo com pesquisa feita pela CNT (Confederação Nacional dos Transportes). A maior parte dos recursos (R$ 39,7 bilhões) deverá ser aplicada em novos trechos. O restante, dividido entre duplicação, recuperação e eliminação de gargalos.
Foram ouvidos 131 usuários de ferrovias (grandes empresas) entre novembro e dezembro.
Com base nos dados da pesquisa, a CNT avaliou que a rede ferroviária do país precisa aumentar dos atuais 29,8 mil quilômetros para 40,8 mil quilômetros.
Além das obras já previstas pelo governo no PAC, como Transnordestina, Oeste-Leste e Norte-Sul, seria necessário construir a Litorânea Sul (ES) e trechos de Alto Araguaia (MT) a Rondonópolis (MT) e de Inocência (MS) a Águas Claras (MS) e ampliar a malha em Santa Catarina.
A pesquisa identificou a existência de vários gargalos nas ferrovias. São principalmente passagens de nível (cruzamento com uma rodovia ou rua) e invasões de faixa de domínio (como o crescimento de favelas nas margens da via férrea, como acontece na região do porto do Rio de Janeiro). São 2.659 passagens de nível e 327 invasões consideradas críticas.
Quando um trem passa por um desses locais, precisa diminuir muito a velocidade, o que atrasa a entrega da carga no porto. A velocidade média dos trens já é baixa, de 25 km/h, e cai para 5 km/h nos trechos críticos.
Para solucionar o problema das ocupações irregulares, a CNT propôs parcerias entre os órgãos do governo envolvidos (Secretaria de Portos, Ministério das Cidades, prefeituras) e as concessionárias do serviço.
Em relação à necessidade de investimento, a entidade avalia que o governo deveria dar estímulo à indústria ferroviária nacional, com redução de juros para financiamentos de longo prazo.
Ainda segundo a pesquisa, houve melhora na qualidade dos serviços desde que a malha ferroviária deixou de ser administrada pela extinta RFFSA (estatal) e foi arrendada à iniciativa privada.
Em 8 dos 13 corredores, a maior parte dos atuais clientes passou a usar a ferrovia depois da privatização, realizada há 11 anos.
Entre 1997 e 2007 os arrendatários privados investiram R$ 18,8 bilhões, e a União, R$ 1 bilhão. O transporte de carga aumentou de 253,3 milhões de toneladas, em 1997, para 459,7 milhões de toneladas no ano passado. Ao final deste ano, deverá ter chegado a 492,2 milhões de toneladas. Entre 1997 e 2008, o número de acidentes teve queda de 80,7%.
Os principais produtos transportados por ferrovias são minério, soja e combustível. O minério de ferro corresponde a 75,6% do total transportado.


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