São Paulo, sexta, 18 de dezembro de 1998

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MERCADO FINANCEIRO
Bolsa sobe 0,4%; futuro projeta juro maior

da Reportagem Local

Os investidores na Bolsa de Valores de São Paulo prestaram pouca atenção ao bombardeio dos Estados Unidos sobre o Iraque. O mercado de ações paulista oscilou fortemente durante o dia, com volume de negócios muito fraco -R$ 285,33 milhões- e sem apresentar tendência definida. Fechou em alta de 0,4%.
Os mercados futuros passaram a projetar taxas de juros mais altas, ajustando as expectativas à realidade pós-reunião do Comitê de Política Monetária, anteontem. Na reunião, o BC optou mais uma vez pelo conservadorismo, reduzindo os juros do over, a taxa de referência para toda a economia, de 32% ao ano para 29,25%.
Parte do mercado acreditava em corte para até 27% e se decepcionou. Os contratos futuros passaram a projetar juros de 30,06% ao ano em fevereiro, contra os 28,18% projetados anteontem.
A Bolsa paulista abriu em queda, chegando a perder 3,63%, se recuperou, chegando a subir 2,07%, caiu de novo, teve alta, nova baixa e, por fim, uma valorização de 0,4%. A proximidade do vencimento das opções (direito de compra ou venda de uma ação) de dezembro, que acontece na segunda-feira, deixa o mercado particularmente instável.
Gerasul ON, por exemplo, subiu 7,1% ontem, sem que os especialistas encontrassem fundamentos para a alta. Alguns investidores buscam puxar o preço do papel para cima para obter ganhos no dia do vencimento das opções, o que fica mais fácil em um mercado com poucos negócios.
A Bolsa de Valores de Nova York, animada com perspectivas positivas de resultados de empresas como o Chase, também deu pouca importância ao bombardeio sobre o Iraque. Terminou o dia com alta de 0,97%.
O Brasil registrou nova evasão de divisas, de US$ 244 milhões até as 19h30, acumulando no mês fluxo negativo de US$ 2,3 bilhões.
O Banco Central brasileiro vendeu títulos com sucesso. Os R$ 300 milhões de NBC-Es (com variação cambial) de vencimento em 20 de fevereiro de 2001 saíram com taxas máximas de 15,17% ao ano e médias de 15,08%.
Já o R$ 1,2 bilhão de BBC-As, prefixadas por quatro semanas e pós-fixadas até 20 de agosto de 99, saiu com taxas máximas de 30,90% e médias de 30,19%.
(CRISTIANE PERINI LUCCHESI)


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