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COMBUSTÍVEIS
Após FHC vetar aumento, presidente da Petrobras diz que quem determina politica comercial da empresa é a própria
Governo volta a ensaiar reajuste da gasolina
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
O preço da gasolina vai subir.
Ontem, três dias depois de o presidente Fernando Henrique Cardoso ter vetado um reajuste de
2,2% no preço do combustível nas
refinarias, o ministro José Jorge
(Minas e Energia) e o presidente
da Petrobras, Francisco Gros, disseram que serão feitos estudos e
que novo reajuste será anunciado.
Gros afirmou que quem manda
na política comercial da estatal é a
própria Petrobras e que o veto de
FHC ao reajuste não caracterizou
uma intervenção na companhia.
Gros não fixou uma data nem um
índice para o reajuste.
"O presidente não disse que a
Petrobras não poderia mais fixar
preços. Ele não proibiu o aumento. Pediu que fossem estudadas
alternativas. A política comercial
da Petrobras é de responsabilidade exclusivamente dela."
Segundo o presidente da Petrobras, o que o presidente determinou foi a suspensão do reajuste
quando ficou sabendo dele.
Derrubado na sexta por FHC,
que ficou sabendo do aumento
pela imprensa, o reajuste de 2,2%
nas refinarias já havia sido informado aos clientes da Petrobras, à
imprensa, ao ministro de Minas e
Energia e presidente do Conselho
de Administração da Petrobras,
José Jorge, e ao ministro-chefe da
Casa Civil, Pedro Parente.
"Estamos num mercado competitivo, e o mais importante para
a Petrobras é estar em sintonia
com seus competidores. Nossas
decisões vão se basear nisso", disse o diretor de abastecimento da
Petrobras, Rogério Manso.
Os preços dos combustíveis variam de acordo com o preço do
mercado internacional do produto e a cotação do dólar no Brasil.
A Petrobras disse que com o
reajuste de 2,2% estaria comprimindo suas margens de lucro.
Motivo: somadas, as altas do
dólar e dos preços externos foram
de 12,40% desde a queda de 25%
nas refinarias, em 20 de dezembro, o que representaria um aumento de 4,7% no Brasil. O aumento de 12,40% não é repassado
integralmente no Brasil porque a
Cide (Contribuição de Intervenção do Domínio Econômico) não
aumentou. Ela é fixada numa parcela fixa de R$ 0,51 por litro.
"Apesar de as condições de
mercado permitirem e não perdermos competitividade com isso, a Petrobras optou por um aumento não-integral", afirmou
Manso.
Gros afirmou que FHC fez três
pedidos à estatal ao vetar o aumento: fazer um esclarecimento à
população sobre o novo mecanismo de ajuste de preços dos combustíveis, prestar o mesmo esclarecimento a ele, FHC, e suspender
o reajuste buscando alternativas
que não comprometessem a rentabilidade da Petrobras.
"É um processo novo [a nova
fórmula de reajuste], que não estava claro. Como todos os acidentes, esse foi causado por um encadeamento de fatos", disse.
Colaborou a Sucursal de Brasília
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