São Paulo, terça-feira, 19 de fevereiro de 2002

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"Recurso ao órgão é só o que resta"

DA REDAÇÃO

O volume de subsídios não vai cair. Pelo contrário: tende a aumentar e não haverá fórum de negociação viável além da OMC (Organização Mundial do Comércio), afirma o economista e coordenador-geral do Grupo de Análise da Conjuntura Internacional da USP, Gilberto Dupas.
"Só resta ao Brasil entrar na OMC, fazendo o maior barulho possível e apoiado por países em desenvolvimento igualmente prejudicados pelos aumentos dos subsídios", afirma Dupas. "O cenário deixa claro que apenas o "panel" (tribunal de arbitragem da OMC) oferece espaço para criar um contencioso."
Dupas lembra que, em três anos de governo, o presidente Bill Clinton permitiu que a contribuição pública em relação à renda líquida do produtor dobrasse, passando de 35% para 70% do total.
Depois dos atentados de 11 de setembro do ano passado, o protecionismo ganhou mais força, avalia o economista. O resultado da votação do fast track (a Trade Promotion Authority, autorização de promoção comercial, que dá ao presidente poder para fechar acordos comerciais) deixou claro que o governo de George W. Bush não terá autonomia para negociar a Alca (Área de Livre Comércio da América).

Lobby brasileiro
A OMC é um bom caminho, acredita o presidente da Abracex (Associação Brasileira de Comércio Exterior), Roberto Segatto. Mas, na opinião de Segatto, melhor seria o setor se organizar politicamente como fazem os produtores e exportadores americanos. "Está faltando lobby no Brasil", afirma. "Não há engajamento do governo e nossos negociadores são inábeis", diz. (AS)


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