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"Recurso ao órgão é só o que resta"
DA REDAÇÃO
O volume de subsídios não vai
cair. Pelo contrário: tende a aumentar e não haverá fórum de negociação viável além da OMC
(Organização Mundial do Comércio), afirma o economista e
coordenador-geral do Grupo de
Análise da Conjuntura Internacional da USP, Gilberto Dupas.
"Só resta ao Brasil entrar na
OMC, fazendo o maior barulho
possível e apoiado por países em
desenvolvimento igualmente prejudicados pelos aumentos dos
subsídios", afirma Dupas. "O cenário deixa claro que apenas o
"panel" (tribunal de arbitragem da
OMC) oferece espaço para criar
um contencioso."
Dupas lembra que, em três anos
de governo, o presidente Bill Clinton permitiu que a contribuição
pública em relação à renda líquida do produtor dobrasse, passando de 35% para 70% do total.
Depois dos atentados de 11 de
setembro do ano passado, o protecionismo ganhou mais força,
avalia o economista. O resultado
da votação do fast track (a Trade
Promotion Authority, autorização de promoção comercial, que
dá ao presidente poder para fechar acordos comerciais) deixou
claro que o governo de George W.
Bush não terá autonomia para negociar a Alca (Área de Livre Comércio da América).
Lobby brasileiro
A OMC é um bom caminho,
acredita o presidente da Abracex
(Associação Brasileira de Comércio Exterior), Roberto Segatto.
Mas, na opinião de Segatto, melhor seria o setor se organizar politicamente como fazem os produtores e exportadores americanos. "Está faltando lobby no Brasil", afirma. "Não há engajamento
do governo e nossos negociadores são inábeis", diz.
(AS)
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