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MERCADO DE TRABALHO
Sondagem Agropecuária revela que nas pequenas propriedades crescimento foi de 86% em 2001
Empregos aumentam no campo, diz FGV
DA SUCURSAL DO RIO
Se nas grandes metrópoles como São Paulo o desemprego cresce, o mesmo não ocorre no campo, onde o número de trabalhadores nas pequenas propriedades
teve aumento expressivo em 2001:
86%.
Estabelecimentos rurais empregaram em 2001, em média, 6,7
pessoas -o maior índice desde
1997. Desse total, 3,6 pessoas por
propriedade de terra são empregados familiares -ou seja, parentes dos proprietários- e 3,1 pessoas (não-familiares) são contratadas fora do núcleo familiar. Todos os estabelecimentos pesquisados têm, pelo menos, um familiar do dono trabalhando neles.
Esses dados, que fazem parte de
um levantamento exclusivo obtido pela Folha, a Sondagem Agropecuária da FGV (Fundação Getúlio Vargas) e do Sebrae, são expressivos se comparados aos do
IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que mede o
emprego nas grandes cidades.
Pelos números do IBGE, o desemprego em 2001 nas seis principais regiões metropolitanas do
país foi de 6,2%. A população
não-economicamente ativa -os
que não estão trabalhando nem
procurando emprego- cresceu
6,2%. Enquanto isso, a PEA (População Economicamente Ativa)
caiu 0,4%.
Para a FGV, a principal razão
para o crescimento do emprego
no meio rural é a expansão das lavouras -a safra de grãos cresceu
18,35% em 2001- e a colheita de
vários gêneros na época da pesquisa, no último trimestre do ano.
Apesar de não medir a renda do
trabalho no campo, a pesquisa dá
um importante indicador de que
ela é baixa: mais da metade (52%)
dos proprietários rurais tem outra
fonte de rendimento.
Entre eles, 47% são aposentados
e 41% têm outra ocupação fora do
estabelecimento rural.
"É certamente um indicador de
que a renda no campo é baixa, insuficiente para manter a família. E
nos remete à visão clássica das cidades do Nordeste, nas quais as
pessoas sustentam suas famílias
com a aposentadoria do INSS",
disse Régis Alimandro, economista da FGV responsável pela
sondagem.
Para o economista, a reforma
agrária e os assentamentos do governo não têm nenhuma relação
com a ampliação da ocupação no
campo.
Por Estados, a maior taxa de
pessoal ocupado é em Minas: 8,3
pessoas por estabelecimento. Do
total de trabalhadores, 64% são
contratados permanentemente e
36%, temporariamente.
Realizada em cinco Estados
(São Paulo, Pernambuco, Rio,
Goiás e Minas), a sondagem entrevistou produtores, cujas propriedades têm de 10 a 100 hectares
(considerados pequenos).
(PEDRO SOARES)
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