São Paulo, terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

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Vaivém das commodities

MAURO ZAFALON - mzafalon@folhasp.com.br

CARNES EM QUEDA
As receitas com exportações totais de carnes (incluem bovina, suína e de frango) caíram 54% da primeira para a terceira semana de fevereiro. Entraram no país US$ 47,4 milhões por dia entre 11 e 17 deste mês, contra US$ 102,6 milhões entre 1º e 3, segundo a Secex.

PREVISÍVEL
Para Pratini de Moraes, da Abiec, essa queda é previsível no que se refere à carne bovina. O cenário atual levou a União Européia a antecipar compras em janeiro no Brasil. A UE gastou 76% mais do que no mesmo mês de 2007. E as compras foram de carnes nobres, que não são encontradas em outros mercados.

SÓ INDUSTRIALIZADA
À exceção do início do mês, quando ainda foram exportadas carnes nobres devido a eventuais atrasos de embarques, as vendas de fevereiro devem ser de carne industrializada, de menor valor, diz Pratini.

EFEITO GRÃOS
A avicultura vai sentir na carne os efeitos da alta das commodities, avalia Ariel Mendes, presidente da ALA (Associação Latino-Americana de Avicultura). A demanda é forte e os estoques mundiais estão nos menores níveis em três décadas.

PRESSÃO MENOR
Os produtores de grãos, como Brasil, Argentina e até Colômbia, serão menos afetados. O mesmo deve ocorrer com EUA. Haverá aumento no custo de produção, mas ainda existe um diferencial de custos em relação à Europa e à Ásia.

PRESSÃO MAIOR
Os países importadores de grãos, seguramente, terão os custos aumentados, e o crescimento de produção de aves e de suínos será comprometido nos próximos anos, na avaliação de Mendes. México e América Central estão incluídos na lista.

ALÍVIO
Os preços do feijão vão dar um alívio aos consumidores nas próximas semanas. Mas por pouco tempo. Até o final deste mês, a oferta aumenta com as safras em MG, SC, PR, GO e SP.

VOLTA A SUBIR
A partir de março, os preços devem voltar a subir porque a oferta está enxuta. A próxima safra -e que será de bom volume- só ocorrerá no final de abril. A avaliação é de Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, de Curitiba (PR).

PARTICIPAÇÃO MAIOR
O preço médio interno da saca de café arábica ficou em US$ 140,85 no mês passado, 91,4% dos valores de negociação no mercado externo. Esse percentual supera o de janeiro de 2007 (90,7%) e a média de janeiro a dezembro últimos (90,9%). Dados são do Cecafé.


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