Parceria da Sony com estúdios de filmes deve consolidar Blu-ray no mercado

No Brasil, preços altos fazem a venda das mídias ser pouco representativa, e Blu-ray não tem presença tão forte, segundo Fnac

Issei Kato/Reuters

Consumidor em Tóquio perto de anúncio do DVD Blu-ray

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A Toshiba pode deixar de fabricar o HD DVD, seu disco de DVD de alta definição, nas próximas semanas, segundo uma fonte da negociação.
Com isso, a Sony se consolidaria como líder do novo mercado com o Blu-ray, tecnologia para gravação e reprodução de DVD em alta definição, que tem parceria exclusiva com os maiores estúdios de cinema.
A última grande perda do HD DVD foi a rede Wal-Mart, maior varejista global, que anunciou o fim das vendas do produto da Toshiba na sexta por ter fechado uma parceria exclusiva com a Sony.
Mas o que é visto pelos analistas como o maior motivo do possível fim do HD DVD é a adesão dos estúdios à Sony. No mês passado, a Warner, maior empresa no mercado de filmes, firmou parceira para distribuir os filmes exclusivamente em Blu-ray. Os estúdios 20th Century Fox, Metro-Goldwyn-Mayer, Disney e Lionsgate também usam o sistema da Sony.
Segundo a Adams Media, a venda do HD DVD somou US$ 90 milhões em 2007, contra US$ 186 milhões do Blu-ray.
No Brasil, as vendas das mídias são pouco representativas, principalmente devido ao preço: R$ 99 por disco, em média. Na Fnac, que começou a comercializar Blu-ray e HD DVD em maio, o crescimento foi de 15% ao mês, em média. No total anual, as tecnologias representaram 0,24% das vendas.
Entre os players, os dois alcançam 3% do total. Segundo a Fnac, os consumidores brasileiros ainda não entraram na disputa da indústria. A maior participação de vendas é do tocador mais caro (R$ 4.999), que toca as duas tecnologias, da LG.
Para o presidente da Assespro-SP (associação das empresas de TI , software e internet), Roberto Carlos Mayer, não deve haver muitos prejudicados no país pelo fim da produção do HD DVD. Para quem ainda não escolheu, ele recomenda apostar com os estúdios. "O Blu-ray é mais adequado para a alta definição digital por ter maior capacidade de armazenagem, produzir imagens de melhor qualidade e mais recursos interativos." Ele acredita que o custo, hoje mais alto no Blu-ray, vai cair com o ganho de escala.
Segundo a Fnac, a Sony tem discos por R$ 69 e deve ter mais títulos já no segundo semestre.