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BANCOS
Novo proprietário da instituição fará adequação às normas determinadas pelo Banco Central
CGD irá injetar R$ 200 mi no Bandeirantes
VANESSA ADACHI
da Reportagem Local
A Caixa Geral de Depósitos,
maior banco português, terá que
injetar, no mínimo, R$ 200 milhões para reequilibrar as contas
do Banco Bandeirantes ao assumir
o seu controle acionário.
A informação foi dada à Folha
pelo principal executivo da CGD
no Brasil Antonio Almeida Porto.
Segundo ele, o Bandeirantes está
muito alavancado, ou seja, está girando um volume de negócios
muito grande para o seu capital.
"Esse foi um dos motivos que levou o atual acionista controlador a
querer vender o controle do banco. Havia necessidade de aumentar o capital e ele não tinha os recursos", diz Porto.
O executivo diz que hoje o Bandeirantes está no limite dos índices
de solvência permitidos pelo Banco Central.
De acordo com ele, o banco está
fora do novo índice de solvência
para a área de crédito, definido pelo BC em novembro de 97 e que
passa a valer em março. A nova regra determina que o capital próprio do banco deve lastrear 11%
das operações de crédito.
A carteira de crédito do Bandeirantes ainda está sob análise da
CGD, mas Almeida Porto adianta
que terá de ser feito um aumento
das provisões para créditos duvidosos. "A Caixa Geral de Depósitos é muito conservadora."
Todas os ajustes feitos pela CGD
no Bandeirantes só deverão aparecer no balanço do primeiro trimestre de 98. "O balanço de dezembro de 97 ainda é de responsabilidade do atual controlador", diz
o executivo.
A CGD anunciou em janeiro a
assinatura de um compromisso de
compra do controle do Bandeirantes, do banqueiro Gilberto de
Andrade Faria. O negócio deve ser
finalizado até 31 de março, data limite para que ocorra também o
aumento de capital.
De acordo com o executivo, o
aumento de capital não só reenquadrará o banco em padrões de
operação considerados mais seguros, como também será suficiente
para sustentar os planos de expansão da instituição no país.
"Queremos que o Bandeirantes
ofereça qualidade e segurança aos
clientes", diz ele.
Hoje, a CGD ainda não controla
o Bandeirantes, detém apenas
25% do seu capital. Outros 54,27%
serão transferidos à instituição
portuguesa quando chegarem ao
fim as auditorias que estão sendo
conduzidas pela Arthur Andersen.
As auditorias têm por finalidade
verificar toda a contabilidade do
banco.
Almeida Porto negou que a CGD
já tenha pago uma parcela ao banqueiro Gilberto Faria.
Segundo ele, a Arthur Andersen
apresentará uma proposta de preço, que será analisada pela consultoria contratada pelos atuais controladores, a KPMG.
"Se, eventualmente, não houver
um consenso, nomearemos um
árbitro para definir o preço. Isso
está no contrato", diz Porto.
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