São Paulo, quinta, 19 de fevereiro de 1998

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INDONÉSIA
Crise pode causar greves
Desemprego afeta 13,4 mi na Indonésia

Reuters
Policiais enfrentam manifestantes que saqueavam loja em Sumatra, na Indonésia


das agências internacionais

Cerca de 13,4 milhões de indonésios estão desempregados, divulgou ontem a Federação dos Trabalhadores Indonésios, o maior sindicato do país. A Indonésia possui cerca de 200 milhões de habitantes.
Se o número de desempregados continuar a crescer, segundo a entidade, pode ocorrer uma onda de greves no país, já abalado pelos saques a estabelecimentos comerciais que provocaram ao menos cinco mortes no último final de semana.
"A recessão econômica e a inflação vêm causando um acelerado crescimento do desemprego", afirmou Bomer Pasaribu, vice-presidente da entidade.
A Indonésia não detém dados oficiais atualizados sobre o desemprego no país. O governo só realiza a pesquisa a cada cinco anos, juntamente com o censo eleitoral.
Apesar das objeções do FMI (Fundo Monetário Internacional), dos Estados Unidos e de países da União Européia, o governo indonésio continua a manter o plano de adotar um câmbio fixo para estabilizar a moeda local, a rupia.
O novo presidente do banco central, Syahril Sabirin, sustentou ontem que a adoção da medida não afetará o acordo firmado entre o país e o FMI. Pelo acordo, firmado em outubro passado, a Indonésia vai receber ajuda de USÏ 43 bilhões.
Na semana passada, o presidente do FMI, Michel Camdessus, anunciara que poderia ser suspensa a próxima remessa ao país, de cerca de USÏ 6 bilhões.
Estima-se que o governo indonésio vai adotar o novo câmbio ainda este mês. Na terça-feira, Suharto demitiu o então presidente do BC indonésio, Soedradjad Djiwandono, que resistia ao plano.
Ontem, o presidente Suharto, 76, no poder há 32 anos, obteve o apoio dos militares para sua candidatura nas eleições que ocorrem no próximo mês.
Os militares também concordaram com a indicação de Besharuddin Habibie, atual ministro de Ciência e Tecnologia, para o cargo de vice-presidente.
Bolsas
A maioria das Bolsas asiáticas fechou em alta ontem. Na Coréia do Sul, o mercado reagiu positivamente depois que a agência norte-americana de qualificação de risco de crédito Standard & Poor's aumentou a nota atribuída à dívida externa do país. A Bolsa subiu 3,4%.
Em Hong Kong, pelo segundo dia consecutivo, o índice Hang Seng, que reúne as principais ações negociadas, teve alta de 2%. Nas Filipinas, houve alta de 2,05%, e na Tailândia, de 1,22%.
Na Malásia, a alta foi de 1,25%, um dia após o Ministério das Finanças decidir conceder mais tempo às instituições financeiras do país para que promovam fusões.
Em Tóquio, no Japão, o índice Nikkei teve queda de 1,05%. Em Jacarta, na Indonésia, a queda foi de 0,42%.



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