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MERCADO FINANCEIRO
Mercado errou no caso Cesp, diz Bozano
da Reportagem Local
A suspensão dos negócios das
ações da Cesp determinada ntem
pela Bovespa foi mais um lance no
embate entre o governo do Estado
e os investidores em torno do modelo de privatização da empresa.
Poucos acreditam que a CVM
(Comissão de Valores Mobiliários), se essa for mesmo sua intenção, consiga impedir a subscrição
dos papéis da Elektro, a subsidiária de distribuição que será criada
com a privatização. Mas mostra
mais uma vez que o modelo escolhido pelo governo ainda causa
muita apreensão, desinformação e
descontentamento no mercado.
Uma das exceções é o analista do
banco Bozano, Simonsen Alexandre Fernandes. Para ele, investidores e acionistas minotirários exageraram na reação ao modelo de
privatização.
"Em nenhum momento, antes
do anúncio da criação da Elektro,
eu ouvi dizer que o modelo adotado seria diferente", afirma.
Segundo ele, a opção pela subsidiária integral parecia clara, mas a
reação do mercado foi como se a
notícia caísse como uma bomba: o
valor de Cesp ON despencou cerca
de 43% nos últimos dois meses.
Fernandes considera que se os
minoritários teriam mais prejuízo
se a empresa optasse pela simples
cisão da empresa, já que a Cesp,
nesse caso, não embolsaria nenhum prêmio com a venda da empresa que surgisse de sua divisão.
O analista fez uma projeção do
preço do lote de mil ações em três
casos. Caso só o governo faça a
subscrição das ações da Cesp, o
valor ideal do lote seria de R$ 74.
Se todos os acionistas subscreverem, o preço é de R$ 71. Se ocorresse a cisão, o lote valeria R$
63,74. "Os minoritários iriam perder muito mais."
Mitsuko Kaduoka, da corretora
Comercial, acha que, entre subscrever e cindir, a primeira opção
era melhor, mas vê ainda alguns
problemas no modelo escolhido.
Um deles é o fato de os investidores estrangeiros, que compraram ADR"s (os recibos de depósitos bancários negociados como
ações na Bolsa de Nova York), não
poderem subscrever suas ações.
"Muita gente pode perder dinheiro com esses entraves."
Outro problema, segundo ela,
foi a demora do governo em explicar o modelo, o que contribuiu
para a forte desvalorização dos papéis. "A demora em esclarecer os
investidores causou apreensão"
(SL)
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