São Paulo, terça-feira, 19 de março de 2002

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No Brasil, dúvida é apenas sobre o tamanho do corte

ANA PAULA RAGAZZI
DA REPORTAGEM LOCAL

Economistas e analistas do mercado acreditam que o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central irá reduzir os juros brasileiros em reunião que começa hoje.
A única dúvida é sobre o tamanho do corte: a maioria fala que ele será de 0,25 ponto percentual. Mas há quem espere uma redução de meio ponto. Atualmente, a Selic, taxa básica de juros da economia, está em 18,75% ao ano. A decisão será anunciada amanhã.
Há dois motivos principais apontados para justificar a queda. A ata da última reunião do Copom, em fevereiro, indicava um relaxamento da política monetária. Segundo o documento, fatos do ano passado, como as crises de energia e da Argentina e os atentados nos EUA, ainda terão impacto na inflação deste ano. O efeito poderá ser de meio a um ponto. Assim, de nada adiantaria tentar conter os indicadores de inflação por meio dos juros. Além disso, há o fato de o risco-país brasileiro ter caído para seu menor nível em um ano na semana passada.
"O que falta é definir o ritmo da queda", diz Alexandre Bassoli, economista-chefe do HSBC Investment Bank. "E me parece que a cautela é a melhor opção", diz Bassoli, que acredita em baixa de 0,25 ponto.
Ele avalia que a economia apresenta sinais de reaquecimento e os indicadores de inflação ainda têm queda menor do que a esperada.
O economista-chefe do BankBoston, José Antonio Pena, crê em corte de meio ponto.
"A inflação não está nos níveis desejados. Mas já não estava antes. O que importa é que ela está em queda." Ainda segundo Pena, o cenário econômico não aponta pressões inflacionárias. "A indústria dá sinais de retomada, mas no comércio e no consumo ela se mostra mais lenta", afirma.



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