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Para Sachs, "risco-eleição" deixa juros altos
DO ENVIADO ESPECIAL A MONTERREY
Como em todas as eleições
presidenciais brasileiras, o
funcionamento do sistema
democrático no país volta a
povoar o imaginário coletivo dos mercados na forma
de "risco eleitoral".
O economista da Harvard
Jeffrey Sachs disse ontem em
Monterrey que "o mundo
está esperando o resultado
das eleições no Brasil para
ver se, num novo governo,
as políticas econômicas serão estáveis e se vai haver
responsabilidade fiscal".
Ao explicar por que o Brasil é obrigado a pagar taxas
de juros altas ao mesmo
tempo em que a equipe econômica do país é consagrada
pela comunidade financeira
internacional, Sachs culpou
as eleições.
"Minha sugestão é a de
que, se o Brasil tiver eleições
tranquilas, se produzir um
governo bom, estável, que
mantenha o processo crescente de globalização, terá
grande apoio dos mercados
de capitais internacionais",
disse. "Obviamente, com a
proximidade de eleições amplas, há o senso de risco e de
incerteza, mas essa é a maneira pela qual os mercados
financeiros trabalham."
Sachs disse que o Brasil
tem um papel importante
em Monterrey, embora os
assuntos que mais interessam ao país -como o protecionismo dos países ricos e o
papel das instituições multilaterais- tenham sido relegados ao segundo plano. O
principal assunto da conferência é a ajuda dos países ricos às nações pobres.
Segundo o economista, "o
Brasil depende do sucesso
da globalização assim como
o resto do mundo. O país
não é primariamente um receptor de ajuda, mas pode
tornar-se um doador", pois
tem tecnologia e iniciativas
contra a Aids.
(MA)
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