São Paulo, terça-feira, 19 de março de 2002

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Para Sachs, "risco-eleição" deixa juros altos

DO ENVIADO ESPECIAL A MONTERREY

Como em todas as eleições presidenciais brasileiras, o funcionamento do sistema democrático no país volta a povoar o imaginário coletivo dos mercados na forma de "risco eleitoral".
O economista da Harvard Jeffrey Sachs disse ontem em Monterrey que "o mundo está esperando o resultado das eleições no Brasil para ver se, num novo governo, as políticas econômicas serão estáveis e se vai haver responsabilidade fiscal".
Ao explicar por que o Brasil é obrigado a pagar taxas de juros altas ao mesmo tempo em que a equipe econômica do país é consagrada pela comunidade financeira internacional, Sachs culpou as eleições.
"Minha sugestão é a de que, se o Brasil tiver eleições tranquilas, se produzir um governo bom, estável, que mantenha o processo crescente de globalização, terá grande apoio dos mercados de capitais internacionais", disse. "Obviamente, com a proximidade de eleições amplas, há o senso de risco e de incerteza, mas essa é a maneira pela qual os mercados financeiros trabalham."
Sachs disse que o Brasil tem um papel importante em Monterrey, embora os assuntos que mais interessam ao país -como o protecionismo dos países ricos e o papel das instituições multilaterais- tenham sido relegados ao segundo plano. O principal assunto da conferência é a ajuda dos países ricos às nações pobres.
Segundo o economista, "o Brasil depende do sucesso da globalização assim como o resto do mundo. O país não é primariamente um receptor de ajuda, mas pode tornar-se um doador", pois tem tecnologia e iniciativas contra a Aids. (MA)


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