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Evento é "copo meio cheio", diz PNUD
DO ENVIADO ESPECIAL A MONTERREY
Acuados pelas críticas das
ONGs (organizações não-governamentais) e pelas perguntas da
mídia, em tom igualmente crítico,
funcionários da ONU pedem que
se olhe a Conferência Internacional sobre Financiamento ao Desenvolvimento, aberta ontem, como "um copo meio cheio", não
meio vazio.
É o que diz Mark Malloch
Brown, administrador do PNUD
(Programa das Nações Unidas
para o Desenvolvimento).
Se o copo estivesse apenas meio
vazio, ainda seria um êxito. O problema é que a água (da ajuda ao
desenvolvimento) não chega a
tanto. Os funcionários internacionais saúdam, por exemplo, os
anúncios de Estados Unidos e
União Européia de que vão aumentar a ODA (Assistência Oficial ao Desenvolvimento), feitos
antes mesmo de começar a Conferência.
Mas os US$ 5 bilhões anunciados por George W. Bush representam apenas 0,02% do PIB norte-americano, o que eleva a ODA
da principal potência do planeta a
0,12%, longe da meta de 0,70% fixada há 32 anos pela ONU.
No caso da Europa, a proposta é
elevar para 0,39% até 2006 a contribuição ao desenvolvimento,
quando a média européia hoje é
de 0,33%. Ainda assim, fica longe
do 0,70%.
Por que festejar então? "Porque
nos últimos 15 anos, a ODA estava
morta", responde a embaixadora
sueca Ruth Jacoby, co-presidente
do comitê preparatório para
Monterrey (a Suécia, aliás, é um
dos cinco países que cumprem a
meta de 0,70%).
Brown reconhece que, "em termos de recursos, os anúncios feitos não atendem às necessidades,
mas, em termos políticos, significam a reversão da tendência à
queda da ODA".
Mas não é apenas na assistência
ao desenvolvimento para os países pobres que ficou aguado o
Consenso de Monterrey, o documento final da conferência (ver
quadro).
No capítulo sobre o comércio
como ferramenta para o desenvolvimento dos países pobres e
médios, "gostaríamos de ver
mais", admite Lennart Bage, presidente do Ifad (Fundo Internacional para o Desenvolvimento da
Agricultura). (CR)
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