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EUA já relacionam terror e pobreza
MARCIO AITH
ENVIADO ESPECIAL A MONTERREY
Os EUA desfilam em Monterrey
um novo discurso sobre a conexão entre pobreza e terrorismo.
Contrariamente à posição defendida pela Casa Branca desde os
atentados de 11 de setembro, a delegação norte-americana no México reconhece que os países pobres podem se tornar "paraísos
para terroristas" e que a estabilidade geopolítica depende do
bem-estar financeiro e comercial
dos países emergentes.
John Negroponte, embaixador
dos EUA na ONU (Organização
das Nações Unidas), e Alan Larson, subsecretário de Estado norte-americano para assuntos econômicos, negaram que tenha havido mudança de opinião, mas
admitem "mudança de ênfase".
"Nossa opinião continua a mesma", disse Larson. "Mas reconheço a importância de darmos mais
ênfase ao assunto." Segundo Negroponte, os "EUA continuam
achando que uma pessoa não perde seu código moral e seu caráter
pelo fato de ser pobre, mas sabemos que um país extremamente
pobre pode ser controlado por organizações terroristas".
Ambos insistem em que os EUA
nunca negligenciaram a pobreza,
apesar da prioridade que deram
ao combate militar ao terrorismo.
Também negam que a única política pró-ativa dos EUA para o
continente americano seja caçar
narcotraficantes e terroristas.
Larson rejeita a idéia de que o
governo norte-americano tenha
contribuído para a destruição da
economia argentina com exigências rigorosas e atrapalhado a vida
dos países emergentes com a restrição às importações de aço. "O
problema da Argentina foi o de
um modelo cambial equivocado",
disse. "Quanto ao aço, poupamos
os países em desenvolvimento."
Larson reconhece que o atual
nível de ajuda dos EUA e da Europa aos países mais pobres é insuficiente. E, para provar a importância dada pela Casa Branca ao
combate à pobreza, lembrou que
o presidente George W. Bush propôs, na semana passada, ampliar
em US$ 5 bilhões, em três anos, a
ajuda do país aos desfavorecidos.
Os EUA se comprometeram a
atingir nível mínimo de 0,7% de
seu PIB em ODA (Assistência Oficial ao Desenvolvimento). Mas
não há prazo para que isso ocorra.
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