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FHC fará falta em Monterrey, diz mexicano
DO ENVIADO ESPECIAL A MONTERREY
Fernando Henrique Cardoso
fará falta na Conferência de
Monterrey sobre o Financiamento ao Desenvolvimento.
Palavra de Jorge Castañeda, o
chanceler mexicano.
Pode parecer mera gentileza
de colega de profissão (Castañeda, como FHC, é sociólogo).
Mas é, antes de tudo, a expressão mais diplomática possível
da frustração do governo do
México com a ausência do presidente brasileiro, um dos 59
chefes de Estado/governo que
originalmente confirmara a
participação no evento promovido pelas Nações Unidas.
A Folha perguntou a Castañeda se ele estava decepcionado com o não-comparecimento de FHC. O chanceler saiu pela tangente: "Jamais usaria a
palavra decepção para me referir a um amigo e a um líder de
grande prestigio internacional
como Fernando Henrique Cardoso", disse.
Mas as autoridades mexicanas não escondem que gostariam de ter o maior número
possível de governantes em
Monterrey, para dar brilho a
uma conferência que é também um exercício de afirmação
internacional do México.
Além disso, a presença de
FHC seria importante para o
que Castañeda batizou de
"chuva de idéias", a ocorrer em
tese na sexta-feira, dia de encerramento da Cúpula.
Nesse dia, os governantes serão levados pelo anfitrião, o
presidente mexicano Vicente
Fox, para o que está sendo chamado de "retiro", no qual trocarão livremente idéias sobre
os temas da Conferência, que a
rigor são todos os que dizem
respeito ao desenvolvimento.
Embora "financiamento ao
desenvolvimento", o tema central, dê idéia de que vai se discutir apenas como os países ricos podem ajudar os demais a
se desenvolver, o fato é que a
agenda é mais ampla: vai de comércio internacional à dívida
externa, passa pela corrupção
como freio ao desenvolvimento e pela reforma do sistema financeiro internacional.
São todos temas que FHC
tem tratado em suas visitas ao
exterior, com razoável sucesso.
No domingo, por exemplo, o
escritor mexicano Carlos Fuentes derreteu-se em elogios ao
discurso de FHC na Assembléia Nacional da França, em
artigo para um jornal local.
Fuentes escreve que, nesse
"extraordinário" discurso,
FHC "deu as pautas" para o
que tanto o presidente como
Fuentes chamam de "globalização solidária". Tais temas
reaparecem agora no "Consenso de Monterrey", o documento final da conferência, mas de forma muito aguada. (CR)
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