São Paulo, quinta, 19 de março de 1998

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INVESTIMENTOS
Nova tributação poderia gerar saídas de dólares
BC incentiva permanência de fundos estrangeiros no país

da Sucursal de Brasília

O Banco Central permitiu ontem que os investimentos estrangeiros de interesse coletivo (que representam instituições) aplicados em FIFs possam migrar para fundos de renda fixa de capital estrangeiro sem que os recursos saiam do país.
A medida foi adotada para evitar que esses recursos abandonem definitivamente o país devido à nova tributação sobre os FIFs (Fundos de Investimento Financeiro), que começa a vigorar a partir de 1º de julho próximo.
Até 30 de junho, os FIFs pagam 20% de IR (Imposto de Renda) no resgate. A partir de 1º de julho, pagarão diariamente 20% sobre a valorização das cotas, enquanto as aplicações em renda fixa de capital estrangeiro pagarão apenas 15% de IR no resgate.
Segundo a chefe do Denor (Departamento de Normas) do BC, Lígia Benevides, há mais de R$ 1 bilhão de investimentos estrangeiros de interesse coletivo aplicados hoje em FIFs.
"Os investidores estrangeiros estavam querendo sair dos FIFs por conta do Imposto de Renda. As aplicações ficarão menos atrativas e por isso estamos acenando com a possibilidade de uma operação simultânea", disse ela.
Antes da medida anunciada ontem, para sair dos FIFs e aplicar na modalidade renda fixa de capital estrangeiro, os investimentos de interesse coletivo tinham que deixar o país e poderiam não voltar mais. Por isso, o BC permitiu simplificar a operação sem que o dinheiro necessite deixar o Brasil.
O prazo estipulado pelo BC para que esse recursos mudem para aplicações em renda fixa será de 60 dias a partir de hoje.
Para tornar essa operação ainda mais atrativa, o ministro da Fazenda, Pedro Malan, deve assinar portaria isentando a transferência do pagamento do IOF de 2%.



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