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RETOMADA MUNDIAL
Expansão dos EUA neste ano é revisada de 0,7% para 2,3%
Economia global solta freio e volta a crescer, afirma FMI
DA REDAÇÃO
Depois de registrar em 2001 a
menor expansão dos últimos dez
anos, o mundo voltará a crescer a
um ritmo mais veloz neste ano.
Mas, ainda assim, o avanço será
tímido, e riscos pairam sobre a
economia do planeta.
A análise consta no relatório do
FMI (Fundo Monetário Internacional) sobre a economia mundial divulgado ontem, em Washington (EUA). No ano passado,
o total da produção econômica de
todos os países do mundo cresceu
apenas 2,5%, um número que, para muitos economistas, equivale a
uma estagnação.
De acordo com a análise do
Fundo, coordenada pelo seu economista-chefe, Kenneth Rogoff, a
freada na atividade do ano passado não foi profunda o suficiente
para caracterizar uma recessão
mundial. A última vez em que isso
ocorreu foi em 1991, época da
Guerra do Golfo e da última recessão norte-americana.
Entre os riscos citados pelo Fundo estão o possível agravamento
na tensão no Oriente Médio e a
elevação dos preços do petróleo.
Segundo o relatório, esses fatores,
entre outros, podem desestabilizar a esperada retomada das principais economias mundiais.
Graças em boa parte a uma retomada norte-americana mais intensa do que a estimada antes, o
FMI está mais otimista em relação
ao desempenho deste ano. Em
um relatório divulgado em dezembro, os técnicos da instituição
projetavam uma modesta expansão de 2,4% em 2002, mas, agora,
a estimativa é que o crescimento
seja de 2,8%.
Para o Fundo, o cenário é mais
favorável para 2003, quando se espera que haja um crescimento de
4%. Em 2000, a produção global
havia apresentado uma sólida expansão de 4,7%.
Sozinhos, os EUA respondem
por 21% do total de mercadorias e
serviços produzidos anualmente
no planeta. Como o país crescerá
neste ano mais do que o previsto
-e mais do que no ano passado-, o resto do mundo acabará
ganhando, por causa do maior
fluxo de capitais.
Em dezembro, o Fundo via os
EUA crescendo um modesto
0,7% -abaixo da expansão de
1,2% do ano passado. Agora os
técnicos da instituição projetam
um avanço de 2,3% para este ano.
"Com a expectativa de uma aceleração na atividade no primeiro
semestre do ano, a recente recessão [norte-americana" provavelmente será a menor de que se tem
registro", diz o relatório.
A recuperação norte-americana
vai favorecer países cujas economias são mais dependentes das
exportações aos EUA, como os
produtores de eletrônicos do Sudeste Asiático. De maneira conjunta, Indonésia, Malásia, Filipinas e Tailândia devem avançar
3,3% em 2002, 0,4 ponto percentual acima do que se previa.
A União Européia, por outro lado, teve seu crescimento revisado
para 1,4% neste ano, apenas 0,2
ponto percentual acima da estimativa anterior. A Alemanha,
maior economia do bloco, deve se
expandir 0,9%, depois de ter crescido apenas 0,6% no ano passado.
Para o Japão, segunda maior economia do planeta, as projeções ficaram inalteradas. A estimativa é que haja uma queda de 1% no PIB (Produto Interno Bruto) neste ano, depois da contração de 0,4% registrada no ano passado. Em 2003, o país deve recuperar o crescimento econômico, mas a um tímido ritmo de 0,8%.
"O fraco crescimento na década de 90 reflete o fracasso do país em
lidar com deficiências estruturais, especialmente no sistema bancário", afirma o relatório.
Com agências internacionais
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