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REMENDO TRIBUTÁRIO
Hipótese pessimista leva em conta atraso na votação no Senado e volta da cobrança em 21 de agosto
Governo pode perder até R$ 5,2 bi sem CPMF
DENISE MADUENO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Se o governo não tiver sucesso
em reduzir o prazo para a vigência da emenda que prorroga até
2004 a cobrança da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira), poderá perder no mínimo R$ 3,8 bilhões
de arrecadação por conta do atraso da votação do projeto na Câmara.
Esse valor refere-se à hipótese,
considerada otimista pelo governo, de o Senado levar 30 dias para
concluir a votação da emenda. Pela regra atual, a CPMF deixa de ser
cobrada a partir de 17 de junho.
Numa hipótese mais pessimista
para o governo, com os senadores
levando dois meses para votar a
emenda, esse valor poderá chegar
a R$ 5,2 bilhões. Parte da perda de
arrecadação será coberta com o
aumento temporário na alíquota
do IOF (Imposto sobre Operações
Financeiras).
O senador Romero Jucá (PSDB-RR), vice-líder do governo no Senado, afirmou que só depois da
conclusão da votação da emenda
o governo vai calcular o impacto
na arrecadação para decidir sobre
o aumento da alíquota do IOF.
O governo espera concluir a votação da emenda na Câmara na
próxima terça-feira e começar a
tramitação no Senado no dia seguinte. Segundo Jucá, o governo
estuda incluir no projeto, quando
a proposta chegar ao Senado, um
dispositivo estabelecendo que,
em caso de contribuições que já
são cobradas, o prazo de espera
para sua vigência será de 15 dias.
"Essa seria a saída", afirmou.
Com essa proposta, o governo
tenta evitar a interrupção da cobrança da CPMF. Para vingar, a
mudança constitucional precisa
contar com os votos de três quintos dos deputados e senadores.
A emenda que prorroga a
CPMF deveria ter sido promulgada até 18 de março para cumprir o
prazo de 90 dias para sua vigência
sem a suspensão da cobrança.
Na hipótese de os senadores levarem 30 dias para aprovar o projeto, a emenda poderia ser promulgada no dia 23 de maio. Contados os 90 dias, o imposto do
cheque valeria a partir do dia 21
de agosto.
A alternativa para o governo seria reduzir os prazos de tramitação da emenda no Senado, mas
ela exige a disposição do PFL em
concordar com a proposta.
"O partido pretende apresentar
emendas ao projeto e não vai cortar intervalos entre as votações",
afirmou o líder do PFL no Senado,
Além do aumento do IOF, o governo estuda elevar a alíquota de
outros tributos e efetuar novo corte de gastos no Orçamento.
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