São Paulo, sexta-feira, 19 de abril de 2002

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MERCADO FINANCEIRO

Investidores preferem esperar pela estréia do novo sistema, na segunda; Bolsa tem queda de 1,1%

"Bug" do novo SPB diminui negócios

DA REPORTAGEM LOCAL

O receio do "bug" do novo SPB (Sistema de Pagamentos Brasileiro) secou o mercado de câmbio ontem. Com poucos negócios, a cotação da moeda norte-americana ficou em R$ 2,328, com uma pequena alta de 0,17% em relação à cotação do dia anterior.
Na próxima segunda-feira, começa a operar o novo SPB. A maioria dos operadores resolveu reduzir os negócios para evitar qualquer tipo de problema que o início do novo sistema possa trazer. "Está todo mundo um pouco aflito. O resultado é que o mercado resolveu tirar o pé do acelerador e esperar", afirmou João Medeiros, da corretora Pionner.
A cotação da moeda norte-americana chegou a bater em R$ 2,342, valor 0,77% maior que o do fechamento de quarta-feira. Segundo operadores, o mercado passou por alguns momentos de nervosismo por conta da colisão de um avião contra um edifício em Milão, na Itália. O acidente influenciou também os pregões norte-americanos, por causa do receio de que o choque pudesse ser um novo atentado terrorista.
A decisão do BC de rolar apenas o principal da dívida cambial de R$ 4,648 bilhões que vencia ontem também ajudou, segundo operadores, a dar suporte à cotação do dólar. "O BC não diz explicitamente. Mas o mercado avalia que R$ 2,30 é o limite inferior da cotação do dólar", diz Medeiros.
A Bovespa operou em baixa durante todo o pregão e ficou nos 13.573 pontos, uma queda de 1,1%. Como no mercado de câmbio, a espera pelas mudanças do SPB também minguou os negócios na Bolsa, que movimentou R$ 561 milhões, quase metade do R$ 1,041 bilhão do dia anterior. "O mercado ficou um pouco "mal-humorado" porque o BC decidiu manter os juros", diz Pedro Marcondes, da corretora Equação.
Ontem, a Febraban (Federação Brasileira das Associações de Bancos) confirmou que, a partir de segunda-feira, com o início do novo SPB, os pagamentos de operações de Bolsa terão um tratamento diferenciado dos demais.
Na segunda-feira, será lançado o TED (Transferência Eletrônica Disponível), que permitirá a transferência de recursos em tempo real. Os correntistas de bancos só poderão fazer TEDs acima de R$ 5 milhões. Para valores menores, a única exceção será aberta aos investidores de Bolsa, que poderão liquidar suas operações por meio de TEDs de qualquer valor.



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