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Petrobras critica decisão do Cade sobre Ipiranga
HUMBERTO MEDINA
LEANDRA PERES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Petrobras considera que
o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) não fez uma análise adequada da operação de compra do grupo Ipiranga pela
estatal. A aquisição, à qual o
Cade impôs restrições, foi
feita em parceria com os grupos privados Braskem e Ultra, por US$ 4 bilhões.
"A avaliação do Cade não é
a avaliação que nós consideramos mais adequada. Nós
consideramos que a operação é pró-competitiva. Vamos recorrer e, na medida do
possível, defender os nossos
pontos de vista no Cade",
disse José Sérgio Gabrielli,
presidente da Petrobras.
Ele disse que a decisão do
órgão de defesa da concorrência não afetou a conclusão do negócio, ocorrida ontem. "A operação está consolidada financeiramente. Foi
pago hoje [ontem]", disse.
Em reunião ontem, o Cade
confirmou, por unanimidade, as restrições à compra do
Grupo Ipiranga pela Braskem, Petrobras e Grupo Ultra. Segundo o conselheiro
Luís Fernando Rigato, relator do processo, não houve
tempo hábil para que o Cade
negociasse com as empresas
as restrições impostas à operação. Essa é uma das alternativas permitidas pela lei. O
conselheiro fez questão de
ressaltar que as condições
podem ser revistas a qualquer momento. As secretarias de Acompanhamento
Econômico e de Direito Econômico viram na operação
"significativo potencial anticompetitivo", o que justificou o pedido de restrições.
Gabrielli esteve reunido
ontem com o presidente Lula e, entre outros assuntos,
tratou das restrições impostas pelo Cade à compra da
Ipiranga na terça-feira.
Essas restrições foram
adotadas com o objetivo de
assegurar que o negócio possa ser revertido futuramente, caso o conselho vete ou
adote restrições à operação
no julgamento final.
Em nota oficial, a Petrobras informou que as empresas (ela própria, Braskem e
Ultra) tentarão demonstrar
que "a operação beneficiará
o setor petroquímico brasileiro em sua competitividade". O Ultra também divulgou nota, informando que
"respeitará integralmente as
decisões do Cade", mas que
"os negócios seguirão seu
curso natural, uma vez que a
medida cautelar não impõe
restrições ao gerenciamento
da marca e dos ativos".
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