São Paulo, quinta-feira, 19 de abril de 2007

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Petrobras critica decisão do Cade sobre Ipiranga

HUMBERTO MEDINA
LEANDRA PERES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A Petrobras considera que o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) não fez uma análise adequada da operação de compra do grupo Ipiranga pela estatal. A aquisição, à qual o Cade impôs restrições, foi feita em parceria com os grupos privados Braskem e Ultra, por US$ 4 bilhões.
"A avaliação do Cade não é a avaliação que nós consideramos mais adequada. Nós consideramos que a operação é pró-competitiva. Vamos recorrer e, na medida do possível, defender os nossos pontos de vista no Cade", disse José Sérgio Gabrielli, presidente da Petrobras.
Ele disse que a decisão do órgão de defesa da concorrência não afetou a conclusão do negócio, ocorrida ontem. "A operação está consolidada financeiramente. Foi pago hoje [ontem]", disse.
Em reunião ontem, o Cade confirmou, por unanimidade, as restrições à compra do Grupo Ipiranga pela Braskem, Petrobras e Grupo Ultra. Segundo o conselheiro Luís Fernando Rigato, relator do processo, não houve tempo hábil para que o Cade negociasse com as empresas as restrições impostas à operação. Essa é uma das alternativas permitidas pela lei. O conselheiro fez questão de ressaltar que as condições podem ser revistas a qualquer momento. As secretarias de Acompanhamento Econômico e de Direito Econômico viram na operação "significativo potencial anticompetitivo", o que justificou o pedido de restrições.
Gabrielli esteve reunido ontem com o presidente Lula e, entre outros assuntos, tratou das restrições impostas pelo Cade à compra da Ipiranga na terça-feira.
Essas restrições foram adotadas com o objetivo de assegurar que o negócio possa ser revertido futuramente, caso o conselho vete ou adote restrições à operação no julgamento final.
Em nota oficial, a Petrobras informou que as empresas (ela própria, Braskem e Ultra) tentarão demonstrar que "a operação beneficiará o setor petroquímico brasileiro em sua competitividade". O Ultra também divulgou nota, informando que "respeitará integralmente as decisões do Cade", mas que "os negócios seguirão seu curso natural, uma vez que a medida cautelar não impõe restrições ao gerenciamento da marca e dos ativos".


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