São Paulo, sábado, 19 de abril de 2008

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Entidades empresariais contam perdas com a greve

MARINA GAZZONI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Após um mês de greve dos auditores fiscais, entidades dos setores industrial e de transporte contabilizam os prejuízos. O Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) estima que a carga parada no porto de Santos equivalha a US$ 4,9 bilhões. Já a NTC & Logística (Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística) calcula um prejuízo de US$ 14 milhões com os caminhões parados em 14 pontos de fronteira no país.
O vice-presidente de assuntos internacionais da NTC & Logística, Ademir Pozzani, relata que o custo diário de cada caminhão parado é de US$ 300, referentes a salários de motoristas, alimentação e pernoite. Segundo ele, os prejuízos para o setor são até maiores, pois, com os caminhões parados, as empresas deixam de faturar, e podem faltar recursos para pagamento de tributos e salários.
A greve também afeta estrangeiros. Segundo a Fadeeac (entidade argentina do setor de transporte), 3.500 caminhões do país estão detidos na fronteira com o Brasil.
A partir da estimativa do Ministério do Desenvolvimento de que cada contêiner vale em média US$ 65 mil, a Ciesp chegou aos US$ 4,9 bilhões em cargas retidas no porto de Santos. Para o cálculo, considerou que, da média de 150 mil contêineres movimentados ao mês, metade é de importações -operação mais afetada pela greve.
Para o diretor da Ciesp em Santos, Ronaldo Forte, o maior dano da greve é o possível atraso dos contratos de exportação pelo desabastecimento da indústria, o que prejudicará a imagem do Brasil no exterior.
Apesar de não terem estimativas do prejuízo, a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) e o Sindipeças (Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores) dizem que a indústria automobilística foi gravemente atingida.
"A situação provocada pela greve já começa a prejudicar linhas de montagem no exterior, por causa do não-cumprimento dos prazos de fornecimento de peças", disse o presidente do Sindipeças, Paulo Butori.
A indústria eletroeletrônica calcula perdas de US$ 1 bilhão sobre vendas de produtos que não foram concretizadas em razão da greve dos auditores fiscais. Segundo a Eletros (Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos), o volume de componentes retidos pela Receita necessários para o processo de fabricação chega a US$ 350 milhões.


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