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Entidades empresariais contam perdas com a greve
MARINA GAZZONI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Após um mês de greve dos
auditores fiscais, entidades dos
setores industrial e de transporte contabilizam os prejuízos. O Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo)
estima que a carga parada no
porto de Santos equivalha a
US$ 4,9 bilhões. Já a NTC & Logística (Associação Nacional do
Transporte de Cargas e Logística) calcula um prejuízo de US$
14 milhões com os caminhões
parados em 14 pontos de fronteira no país.
O vice-presidente de assuntos internacionais da NTC &
Logística, Ademir Pozzani, relata que o custo diário de cada
caminhão parado é de US$ 300,
referentes a salários de motoristas, alimentação e pernoite.
Segundo ele, os prejuízos para o
setor são até maiores, pois, com
os caminhões parados, as empresas deixam de faturar, e podem faltar recursos para pagamento de tributos e salários.
A greve também afeta estrangeiros. Segundo a Fadeeac (entidade argentina do setor de
transporte), 3.500 caminhões
do país estão detidos na fronteira com o Brasil.
A partir da estimativa do Ministério do Desenvolvimento
de que cada contêiner vale em
média US$ 65 mil, a Ciesp chegou aos US$ 4,9 bilhões em cargas retidas no porto de Santos.
Para o cálculo, considerou que,
da média de 150 mil contêineres movimentados ao mês, metade é de importações -operação mais afetada pela greve.
Para o diretor da Ciesp em
Santos, Ronaldo Forte, o maior
dano da greve é o possível atraso dos contratos de exportação
pelo desabastecimento da indústria, o que prejudicará a
imagem do Brasil no exterior.
Apesar de não terem estimativas do prejuízo, a Anfavea
(Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) e o Sindipeças (Sindicato
Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores) dizem que a indústria
automobilística foi gravemente
atingida.
"A situação provocada pela
greve já começa a prejudicar linhas de montagem no exterior,
por causa do não-cumprimento dos prazos de fornecimento
de peças", disse o presidente do
Sindipeças, Paulo Butori.
A indústria eletroeletrônica
calcula perdas de US$ 1 bilhão
sobre vendas de produtos que
não foram concretizadas em
razão da greve dos auditores
fiscais. Segundo a Eletros (Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos), o volume de componentes
retidos pela Receita necessários para o processo de fabricação chega a US$ 350 milhões.
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