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Cartilha vai ensinar classes C e D a economizar
WILLIAM FRANÇA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo pretende distribuir
10 milhões de exemplares de uma
cartilha para que a população das
classes C e D -classes média e
média baixa- entenda o que é
quilowatt-hora e como pode fazer
para economizar energia elétrica
no dia-a-dia.
Essas faixas da população, por
terem menos instrução, receberão tratamento especial dentro da
estratégia de comunicação do governo para o racionamento.
Essa cartilha faz parte da megacampanha publicitária que está
sendo avaliada pelo "ministério
do apagão" e decidida no início da
próxima semana, que deve custar
cerca de R$ 25 milhões. Os recursos são suficientes para os primeiros 90 dias da campanha de racionalização de energia, que deve durar pelo menos até novembro.
Além da campanha, foi feito todo um trabalho visual para que a
Câmara de Gestão da Crise de
Energia Elétrica "passe uma idéia
positiva de seu trabalho e deixe de
ser associada à possibilidade de
apagão", segundo um publicitário ouvido pela Folha.
A câmara passa a ser identificada pelo slogan "Energia Brasil",
num logotipo com as cores verde
e azul, numa tentativa de mostrar
que ela tem energia para vencer a
crise. O slogan estreou ontem.
A campanha, criada pela agência Propeg, tem dois focos de
atuação: um educativo, que é formado pela cartilha e pelos comerciais pedindo atenção para a conservação de energia elétrica, e outro informativo, em que deverá
ser dada ênfase às explicações sobre as regras para a redução de
consumo e de como será feito o
cálculo da conta de luz.
Os comerciais informativos terão um formato semelhante a um
telejornal, no qual uma apresentadora mostrará as decisões do
governo.
Comerciais de TV com tomadinhas animadas serão veiculados
mais vezes. Antes, ocupavam apenas o espaço gratuito a que o governo tem direito nas emissoras.
Agora, como a mídia também
deverá paga, eles entrarão mais
vezes ao dia no ar e pelo menos
quatro vezes ao dia em horário
nobre, em cada emissora, em todo o país -mesmo nos Estados
que não ainda têm racionamento.
Também deverão ser gastos cerca de R$ 6,7 milhões com pagamento de merchandising aos
principais apresentadores de TV,
de todas as emissoras, especialmente os que têm programas voltados às camadas mais baixas da
população. Eles darão dicas de como economizar energia, como se
estivessem voluntariamente engajados na campanha.
Na tentativa de alcançar também as classes mais pobres, estão
sendo preparados informativos
que deverão ser lidos pelos apresentadores mais populares e de
credibilidade em mais de 400
emissoras de rádio de todo o país,
especialmente no interior. Será
feito um serviço de rádio-escuta
para aferir o serviço.
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