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SALTO NO ESCURO
Indústria deverá economizar até 25%
Percentual é calculado sob o consumo médio de energia entre maio e julho de 2000; regra é igual para o comércio
JULIANNA SOFIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A indústria e o comércio serão
obrigados a economizar até 25%
do consumo médio de energia entre maio e julho do ano passado
para evitar tarifaços e cortes de
fornecimento.
Para os consumidores industriais e comerciais de baixa tensão, a meta de redução no consumo é de 20%. Para os que estão ligados à rede de alta tensão, a economia variará de 15% a 25%.
Isso será calculado de acordo
com o nível de tensão usado pela
empresa e ainda dependerá do setor a que pertence. A indústria
eletrointensiva -que consome
muita energia- deverá ser penalizada com as metas mais duras.
"Vamos preservar os setores cujas empresas agregam mais valor.
Os eletrointensivos agregam pouco valor e são grandes consumidores. Ele podem dar mais e o governo vai pedir uma contribuição
maior", afirmou o "ministro do
apagão", Pedro Parente.
As medidas anunciadas ontem
estabelecem que as empresas de
baixa tensão que não cumprirem
a meta de consumo pagarão caro
pela energia consumida a mais.
Será cobrado o preço praticado
no MAE (Mercado Atacadista de
Energia), em que a energia pode
custar entre três e quatro vezes
mais.
O que a empresa economizar
além da meta poderá ser vendido
às distribuidoras, também pelo
preço do MAE.
Outra opção é acumular o que
foi poupado a mais para consumo
futuro -a única situação em que
a empresa poderá ultrapassar a
meta de redução sem ser punida.
A indústria e o comércio de alta
tensão poderão vender a energia
economizada além da meta diretamente no MAE. Também terão
a possibilidade de acumular para
uso posterior.
"Será como um sistema de conta corrente, mas sem direito a cheque especial. Será preciso ter saldo", disse Parente.
Corte
Além dos preços mais altos, o
consumo além das cotas poderá
implicar corte de energia para as
empresas. A suspensão do fornecimento será proporcional à meta
de redução do setor, variando de
quatro dias e meio (meta de 15%)
a sete dias e meio (meta de 25%).
O ministro disse que na próxima semana o presidente do
BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Francisco Gros, detalhará as
metas por setor produtivo.
As empresas que quiserem ampliar suas metas de redução de
consumo em determinado mês
ainda poderão recorrer ao MAE
para comprar energia.
Segundo o secretário de Energia
do Estado de São Paulo e um dos
integrantes do "ministério do
apagão", Mauro Arce, isso não
comprometerá as metas globais
de redução de energia, pois uma
empresa só poderá comprar no
MAE se outra vender seu excedente. Essa compensação manteria o equilíbrio do sistema.
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