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Apagões não estão descartados
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo não descarta a hipótese de promover apagões, mesmo que a população cumpra à risca as cotas do programa de racionamento de energia elétrica.
"Não admitir a possibilidade de
apagão seria o mesmo que mentir", disse Pedro Parente.
Nos últimos cinco dias, o consumo caiu entre 5% e 6% em relação
ao mesmo período de abril. A
economia começou voluntariamente, antes do anúncio do racionamento. Os apagões se tornarão
necessários em duas situações. A
primeira, em um eventual fracasso do programa de racionamento.
A outra é na hipótese de ocorrer
uma estiagem maior que a esperada nos próximos meses.
Em tese, há menos de 12,5% de
chances de ocorrer uma seca tão
profunda que obrigue o governo a
promover apagões.
Em outras palavras, o programa
do governo tem 87,5% de chances
de dar certo se a população colaborar.
As informações são de um estudo de técnicos do ONS, órgão que
administra a geração de energia
elétrica no país, com base nas
chuvas registradas nos últimos 70
anos nas regiões Sudeste e Centro-Oeste. A esperança do governo é que não se repita um ano tão
ruim quanto o de 1934. Naquele
ano, as chuvas ficaram 41% abaixo da média histórica.
Todo o programa de racionamento tem o objetivo de garantir
que, em novembro, os reservatórios de água não estejam abaixo
de 10% de sua capacidade. Se tiver
menos que isso, o sistema entra
virtualmente em colapso.
Para atingir tal objetivo, o governo conta com dois fatores: que
a população corte o consumo de
energia em 20% comparado ao
ano passado e que as chuvas não
fiquem abaixo de 33% da média
histórica. Se um desses fatores falhar, pode haver apagões.
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