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Distribuidoras querem
aumentar as tarifas
FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL
Para cumprir o plano de racionamento do consumo de energia
elétrica, as distribuidoras querem
elevar os preços das tarifas.
"Executar esse plano tem um
custo. Vamos mostrar isso para o
governo no momento certo", diz
Olmede Celestino dos Santos, gerente-executivo de operação da
Bandeirante Energia.
O pedido para o ressarcimento
dos custos do programa de racionamento de energia será feito assim que o plano estiver em prática, segundo a Folha apurou.
O que as distribuidoras vão
apresentar ao governo são principalmente os custos com a troca de
softwares para fazer as novas faturas para o consumidor.
Também vão cobrar os gastos
com campanhas para informar a
população sobre o programa de
racionamento e com a contratação de técnicos e de profissionais
para tirar dúvidas dos clientes.
A partir de segunda-feira, a
Bandeirante começa a efetuar a
troca do seu programa de computador para acompanhar o consumo de energia dos clientes. Essa
alteração do sistema deve demorar cerca de duas semanas.
Cabe às distribuidoras fazer as
contas para determinar quanto
cada cliente poderá gastar de
energia, levando em conta o corte
de 20% no consumo, que foi determinado pelo governo.
Na fatura da conta de luz, o consumidor vai saber o quanto pode
gastar (baseado no consumo médios dos meses de maio, junho e
julho de 2000), se ultrapassou ou
não a meta e se foi multado ou ganhou bônus. Hoje ele sabe o consumo dos últimos três meses.
As distribuidoras consideram
que é possível colocar o plano em
prática em até 40 dias. Mas o farão
com "dor no coração". É que,
além de terem de arcar com custos extras para executar o plano
de racionamento de energia, elas
vão enfrentar a queda no faturamento, praticamente proporcional ao corte no consumo.
As principais concessionárias
de energia do país, como Eletropaulo, Cemig e Light, por exemplo, deverão perder entre R$ 100
milhões e R$ 200 milhões em receita cada uma nos primeiros três
meses do plano, segundo Sérgio
Tamashiro, analista do Unibanco.
"As distribuidoras vão querer
compensar o aumento de custos e
essa queda de receita com o aumento de tarifas", afirma. Para o
analista, é possível até que as distribuidoras segurem os investimentos programados até o final
do ano, por precaução.
Outro problema a enfrentar, segundo as distribuidoras, é o aumento no atraso do pagamento
das contas de luz. A inadimplência das distribuidoras é da ordem
de 2,5% a 3%. No caso da Bandeirante, dos 2,2 milhões de consumidores, corta a luz de cerca de 50
mil clientes por mês por falta de
pagamento. A distribuidora acha
que esse número vai crescer.
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