São Paulo, sábado, 19 de maio de 2001

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A ÁGUIA POUSOU

Esperava-se queda, devido à desaceleração

Déficit comercial dos EUA bate novo recorde e atinge US$ 31,2 bi

DA REDAÇÃO

O déficit comercial dos Estados Unidos -diferença entre as importações e exportações do país- aumentou para o recorde de US$ 31,2 bilhões em março, contra US$ 26,9 bilhões (revisado) registrado em fevereiro. Os dados foram divulgados ontem pelo Departamento do Comércio norte-americano.
O déficit em março teve a sua maior alta mensal desde 1992 e é o maior desde janeiro deste ano, quando atingiu US$ 33,3 bilhões. O rombo comercial norte-americano também ficou acima da expectativa dos analistas, de US$ 29,2 bilhões.
O resultado em março ocorreu com a queda das exportações de aeronaves e outros produtos manufaturados e o aumento das importações de itens como brinquedos, roupas e televisores.
As importações subiram 2,9%, para US$ 120,64 bilhões, e as exportações recuaram 1%, para US$ 89,46 bilhões.
Muitos analistas apostavam que o déficit seria menor neste ano devido à desaceleração da economia norte-americana, que cortaria a demanda dos consumidores por produtos estrangeiros.
Os dados da balança comercial de março, no entanto, colocam essa análise em questão.
O déficit comercial dos Estados Unidos é um obstáculo para os esforços do presidente George W. Bush para vencer a resistência do Congresso norte-americano.
Ele quer que lhe seja concedida a autoridade para negociar um acordo de livre comércio com todos as nações democráticas do Hemisfério Ocidental.
Além disso, o presidente dos Estados Unidos quer iniciar uma nova ronda de discussões comerciais globais.
O governo dos EUA sustenta que as companhias do país não têm outra opção a não ser competir na economia global. Críticos da idéia, no entanto, dizem que a eliminação de barreiras comerciais coloca os trabalhadores norte-americanos em uma competição desleal com os países que pagam baixos salários. Para mostrar sua tese, os críticos apontam os dados de 2000 da balança comercial, que registrou déficit recorde de US$ 368,9 bilhões -39% acima do resultado de 1999.

Japão e México
O déficit norte-americano subiu para recordes em março com o Japão e o México, de US$ 6,2 bilhões e US$ 2,8 bilhões, respectivamente. Com a China, o déficit subiu 13,1%, para US$ 5,7 bilhões. Também aumentou, de forma considerável, com a União Européia.
No primeiro trimestre deste ano, o déficit atingiu US$ 91,28 bilhões, comparado com US$ 85,26 bilhões no mesmo período do ano passado.

Superávit fiscal
Ontem também foi divulgado que os EUA tiveram superávit fiscal recorde em abril.
No mês passado, a arrecadação de impostos no país foi de US$ 189,8 bilhões, contra US$ 159,5 bilhões no mesmo período de 2000.


Com agências internacionais


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