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Empresas só morrerão se quiserem, diz Jorge
Ministro ameniza declaração segundo a qual seria normal quebra de empresas por conta do dólar fraco
DA REPORTAGEM LOCAL
Um dia depois de prever a
quebra de empresas por conta
do real forte em relação ao dólar e conseqüente competição
com importados, processo classificado por ele na ocasião como "normal", o ministro do Desenvolvimento, Miguel Jorge,
amenizou seu discurso e declarou que "a morte é inevitável só
para quem quer morrer".
Ele enfatizou que o governo
procurará ajudar as empresas
-citou como exemplo grupos
de trabalho que podem ser
montados no BNDES (Banco
Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social) para
orientá-las e financiá-las- e
disse que se referiu, anteontem, à quebradeira de algumas
empresas, e não de setores.
Antes disso, em tom de brincadeira, disse que se apropriaria do termo "darwinismo econômico" usado para definir
suas declarações de anteontem,
uma referência à teoria da seleção natural de Charles Darwin,
que afirma que os mais fortes
naturalmente são selecionados
pela natureza para sobreviver,
em detrimento dos mais fracos.
"Dizer isso [fazer referência à
quebradeira de setores por
conta do câmbio] seria uma absoluta irresponsabilidade."
Colocar um preço de referência no caso das importações de
alguns produtos, segundo ele,
também está sendo estudado
para combater o dumping
(quando o exportador vende o
produto no mercado de destino
a um preço inferior do que o
praticado em seu mercado).
Sobre as iniciativas estudadas com o BNDES, ele citou financiamentos especiais para
essas empresas, a contratação
de consultorias especializadas
em reestruturações, financiamentos para importação de
equipamentos e a possibilidade
de comprar em outros países,
sem impostos, máquinas que
não existem no Brasil.
A idéia, segundo o ministro, é
ajudar na reestruturação das
cadeias produtivas exportadoras que estão sofrendo especialmente com a atual conjuntura, como, por exemplo, a invasão de produtos importados
no mercado brasileiro em razão
da desvalorização do dólar.
Crescimento
Para o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, a economia brasileira pode crescer
acima das previsões de mercado e chegar a 5% neste ano. A
meta do governo é 4,5%. Segundo ele, a desvalorização do dólar não atrapalha a expansão.
Paulo Bernardo disse que o
governo pretende ajudar setores afetados pela valorização do
real, mas descartou qualquer
mudança na política cambial.
Colaborou a Sucursal de Brasília
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