São Paulo, sábado, 19 de maio de 2007

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Empresas só morrerão se quiserem, diz Jorge

Ministro ameniza declaração segundo a qual seria normal quebra de empresas por conta do dólar fraco

DA REPORTAGEM LOCAL

Um dia depois de prever a quebra de empresas por conta do real forte em relação ao dólar e conseqüente competição com importados, processo classificado por ele na ocasião como "normal", o ministro do Desenvolvimento, Miguel Jorge, amenizou seu discurso e declarou que "a morte é inevitável só para quem quer morrer".
Ele enfatizou que o governo procurará ajudar as empresas -citou como exemplo grupos de trabalho que podem ser montados no BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para orientá-las e financiá-las- e disse que se referiu, anteontem, à quebradeira de algumas empresas, e não de setores.
Antes disso, em tom de brincadeira, disse que se apropriaria do termo "darwinismo econômico" usado para definir suas declarações de anteontem, uma referência à teoria da seleção natural de Charles Darwin, que afirma que os mais fortes naturalmente são selecionados pela natureza para sobreviver, em detrimento dos mais fracos.
"Dizer isso [fazer referência à quebradeira de setores por conta do câmbio] seria uma absoluta irresponsabilidade."
Colocar um preço de referência no caso das importações de alguns produtos, segundo ele, também está sendo estudado para combater o dumping (quando o exportador vende o produto no mercado de destino a um preço inferior do que o praticado em seu mercado).
Sobre as iniciativas estudadas com o BNDES, ele citou financiamentos especiais para essas empresas, a contratação de consultorias especializadas em reestruturações, financiamentos para importação de equipamentos e a possibilidade de comprar em outros países, sem impostos, máquinas que não existem no Brasil.
A idéia, segundo o ministro, é ajudar na reestruturação das cadeias produtivas exportadoras que estão sofrendo especialmente com a atual conjuntura, como, por exemplo, a invasão de produtos importados no mercado brasileiro em razão da desvalorização do dólar.

Crescimento
Para o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, a economia brasileira pode crescer acima das previsões de mercado e chegar a 5% neste ano. A meta do governo é 4,5%. Segundo ele, a desvalorização do dólar não atrapalha a expansão.
Paulo Bernardo disse que o governo pretende ajudar setores afetados pela valorização do real, mas descartou qualquer mudança na política cambial.


Colaborou a Sucursal de Brasília


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