São Paulo, terça-feira, 19 de maio de 2009

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Nova soja ajuda no controle da ferrugem

DA REDAÇÃO

Os produtores de soja terão à disposição, a partir da safra 2010/11, uma nova cultivar (variedade) que vai colaborar no combate à ferrugem, praga que tem provocado perdas aos agricultores.
O anúncio da nova soja será feito hoje, em Goiânia, pelo ministro Reinhold Stephanes, no Congresso Brasileiro de Soja e do Mercosoja.
Denominada BRSGO 7560, a nova cultivar será uma ferramenta no manejo da ferrugem asiática da soja, segundo José Renato Bouças Farias, chefe de pesquisa da Embrapa Soja.
Estimativas do Consórcio Antiferrugem indicam que a ferrugem custa cerca de US$ 2 bilhões (R$ 4,15 bilhões), por safra, para os produtores.
Resultado de 13 anos de pesquisas, a cultivar é portadora de um gene simples que confere resistência à doença e que é mais fácil de ser trabalhado em programas de melhoramento genético.
Em estufas e em condições de campo, a cultivar mostrou reação de resistência à doença, resultando na formação de lesões escuras.
"Esse padrão de reação reduz a multiplicação do fungo causador da doença, o que facilitará o manejo da lavoura", diz o pesquisador José Ferraz de Toledo, da Embrapa.
Segundo ele, a nova cultivar pode evitar ou minimizar as perdas de produtividade.
Como apresenta resistência vertical à ferrugem, a cultivar está sujeita à quebra dessa resistência devido à variabilidade genética do fungo Phakopsora pachyrhizi, causador da doença.
Por isso, o uso da nova variedade de soja não exclui a necessidade de o produtor seguir as atuais recomendações técnicas para o manejo da doença, diz Farias.
"A boa notícia é que a cultivar possibilita maior estabilidade de produção quando as condições climáticas impedem o controle químico da doença no momento ideal", acrescenta Toledo.
A nova cultivar vem da parceria da Embrapa Soja com a Secretaria goiana de Agricultura e com o Centro Tecnológico de Pesquisa Agropecuária, que reúne produtores de semente.

Ferrugem
A ferrugem asiática é a principal doença da soja pelo seu alto potencial destrutivo, segundo a Embrapa. Constatada inicialmente em 2001 no Brasil, se disseminou rapidamente pelo país.
Severamente infectadas, as plantas apresentam desfolha precoce, o que impede a completa formação dos grãos e a consequente queda na produtividade.
O congresso, que vai até sexta-feira, abordará assuntos que vão dos impactos do uso da soja transgênica a cenários climáticos globais, com destaque para o futuro de produção da oleaginosa.
Serão debatidos, ainda, o panorama geológico do Brasil para a produção de fertilizantes minerais e o perfil do setor de defensivos agrícolas no país. (MZ)


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