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Nova soja ajuda
no controle
da ferrugem
DA REDAÇÃO
Os produtores de soja terão à disposição, a partir da
safra 2010/11, uma nova cultivar (variedade) que vai colaborar no combate à ferrugem, praga que tem provocado perdas aos agricultores.
O anúncio da nova soja será feito hoje, em Goiânia, pelo ministro Reinhold Stephanes, no Congresso Brasileiro
de Soja e do Mercosoja.
Denominada BRSGO
7560, a nova cultivar será
uma ferramenta no manejo
da ferrugem asiática da soja,
segundo José Renato Bouças
Farias, chefe de pesquisa da
Embrapa Soja.
Estimativas do Consórcio
Antiferrugem indicam que a
ferrugem custa cerca de US$
2 bilhões (R$ 4,15 bilhões),
por safra, para os produtores.
Resultado de 13 anos de
pesquisas, a cultivar é portadora de um gene simples que
confere resistência à doença
e que é mais fácil de ser trabalhado em programas de
melhoramento genético.
Em estufas e em condições
de campo, a cultivar mostrou
reação de resistência à doença, resultando na formação
de lesões escuras.
"Esse padrão de reação reduz a multiplicação do fungo
causador da doença, o que facilitará o manejo da lavoura",
diz o pesquisador José Ferraz de Toledo, da Embrapa.
Segundo ele, a nova cultivar pode evitar ou minimizar
as perdas de produtividade.
Como apresenta resistência vertical à ferrugem, a cultivar está sujeita à quebra
dessa resistência devido à variabilidade genética do fungo
Phakopsora pachyrhizi, causador da doença.
Por isso, o uso da nova variedade de soja não exclui a
necessidade de o produtor
seguir as atuais recomendações técnicas para o manejo
da doença, diz Farias.
"A boa notícia é que a cultivar possibilita maior estabilidade de produção quando as condições climáticas
impedem o controle químico
da doença no momento
ideal", acrescenta Toledo.
A nova cultivar vem da
parceria da Embrapa Soja
com a Secretaria goiana de
Agricultura e com o Centro
Tecnológico de Pesquisa
Agropecuária, que reúne
produtores de semente.
Ferrugem
A ferrugem asiática é a
principal doença da soja pelo
seu alto potencial destrutivo,
segundo a Embrapa. Constatada inicialmente em 2001
no Brasil, se disseminou rapidamente pelo país.
Severamente infectadas,
as plantas apresentam desfolha precoce, o que impede a
completa formação dos
grãos e a consequente queda
na produtividade.
O congresso, que vai até
sexta-feira, abordará assuntos que vão dos impactos do
uso da soja transgênica a cenários climáticos globais,
com destaque para o futuro
de produção da oleaginosa.
Serão debatidos, ainda, o
panorama geológico do Brasil para a produção de fertilizantes minerais e o perfil do
setor de defensivos agrícolas
no país.
(MZ)
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