São Paulo, quarta-feira, 19 de junho de 2002

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SINDICALISMO

Presidente licenciado da central sindical diz que objetivo é divulgar o trabalho do Centro de Solidariedade

Força lança campanha para mostrar ações

Maurício Piffer/Folha Imagem
Outdoor localizado na rua Major Sertório, região central de São Paulo, divulga campanha institucional da Força Sindical


CLAUDIA ROLLI
FÁTIMA FERNANDES

DA REPORTAGEM LOCAL

Dez dias após o líder da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, ter divulgado sua candidatura a vice na chapa do presidenciável Ciro Gomes (PPS), a central lança uma campanha institucional -outdoors já estão espalhados pela cidade- para divulgar suas ações.
Com o slogan "Trabalhadores, empresas e Estado. A Força fez a união", a central estampa sua marca ao lado do nome do Ministério do Trabalho e Emprego e dos logotipos do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador), do governo federal e do Centro de Solidariedade ao Trabalhador, ligado à central sindical.
Paulinho, presidente licenciado da Força Sindical, informa que o objetivo da campanha é divulgar o trabalho do Centro de Solidariedade, que funciona como uma agência de empregos: capta vagas de empresas cadastradas e faz a intermediação de mão-de-obra.
O sindicalista deixou ontem oficialmente a direção da central -vai dedicar-se à campanha política-, que passa a ser comandada por João Carlos Gonçalves, o Juruna, que ocupava o cargo de secretário-geral desde 97.
A Força informa que a campanha tem também como objetivo mostrar que a parceria entre empresários, governo e trabalhadores é moderna e flexível -como defendem sindicatos de trabalhadores europeus e israelenses.
A campanha da Força quer mostrar ainda que o Centro de Solidariedade, além de recolocar o trabalhador no mercado de trabalho, requalifica a mão-de-obra por meio de mais de 200 cursos. O centro oferece mais de 10 mil vagas por dia -de empregada doméstica a engenheiro- e conta com um cadastro de quase 2 milhões de candidatos. A entidade é mantida com verba do FAT -80% do dinheiro vem do governo e 20%, da própria central.
A Força Sindical não deu detalhes sobre os recursos gastos na campanha. Também não informou se a propaganda, que está nos outdoors, será estendida para jornais, revistas e emissoras de rádio e televisão. Procurada ontem pela Folha, a diretoria da Força informou que não comentaria a campanha nesta semana.

Polêmica
Instalados em algumas regiões de São Paulo, como no ABC paulista e na região central da cidade, os outdoors já causam polêmica entre as centrais sindicais.
O presidente da CUT, João Felicio, diz que não é bom uma central sindical "se expor dessa forma, passar a imagem de que está aliada a empresários e usar dinheiro do governo para isso".
"Não faria a propaganda ao lado de empresários porque eles não estão nos nossos convênios", diz Enilson Simões de Moura, o Alemão, presidente da SDS (Social Democracia Sindical). Ele, no entanto, teve a imagem exposta na campanha a favor do projeto de lei que muda a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho).

Sem conhecimento
O Ministério do Trabalho informa, por meio de sua assessoria de imprensa, que não tem conhecimento da campanha da Força Sindical, que menciona o nome do ministério nos outdoors.
A assessoria informa também que o nome do ministério e do FAT provavelmente aparecem porque os recursos para financiar a campanha podem ter saído do Fundo. Informa ainda que, se a campanha é para divulgar projetos que têm apoio do Fundo, é possível utilizar dinheiro do FAT para campanhas publicitárias.



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