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SINDICALISMO
Presidente licenciado da central sindical diz que objetivo é divulgar o trabalho do Centro de Solidariedade
Força lança campanha para mostrar ações
Maurício Piffer/Folha Imagem
![](../images/b1906200201.jpg) |
Outdoor localizado na rua Major Sertório, região central de São Paulo, divulga campanha institucional da Força Sindical |
CLAUDIA ROLLI
FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL
Dez dias após o líder da Força
Sindical, Paulo Pereira da Silva,
ter divulgado sua candidatura a
vice na chapa do presidenciável
Ciro Gomes (PPS), a central lança
uma campanha institucional
-outdoors já estão espalhados
pela cidade- para divulgar suas
ações.
Com o slogan "Trabalhadores,
empresas e Estado. A Força fez a
união", a central estampa sua
marca ao lado do nome do Ministério do Trabalho e Emprego e
dos logotipos do FAT (Fundo de
Amparo ao Trabalhador), do governo federal e do Centro de Solidariedade ao Trabalhador, ligado
à central sindical.
Paulinho, presidente licenciado
da Força Sindical, informa que o
objetivo da campanha é divulgar
o trabalho do Centro de Solidariedade, que funciona como uma
agência de empregos: capta vagas
de empresas cadastradas e faz a
intermediação de mão-de-obra.
O sindicalista deixou ontem oficialmente a direção da central
-vai dedicar-se à campanha política-, que passa a ser comandada por João Carlos Gonçalves, o
Juruna, que ocupava o cargo de
secretário-geral desde 97.
A Força informa que a campanha tem também como objetivo
mostrar que a parceria entre empresários, governo e trabalhadores é moderna e flexível -como
defendem sindicatos de trabalhadores europeus e israelenses.
A campanha da Força quer
mostrar ainda que o Centro de
Solidariedade, além de recolocar
o trabalhador no mercado de trabalho, requalifica a mão-de-obra
por meio de mais de 200 cursos. O
centro oferece mais de 10 mil vagas por dia -de empregada doméstica a engenheiro- e conta
com um cadastro de quase 2 milhões de candidatos. A entidade é
mantida com verba do FAT
-80% do dinheiro vem do governo e 20%, da própria central.
A Força Sindical não deu detalhes sobre os recursos gastos na
campanha. Também não informou se a propaganda, que está
nos outdoors, será estendida para
jornais, revistas e emissoras de rádio e televisão. Procurada ontem
pela Folha, a diretoria da Força
informou que não comentaria a
campanha nesta semana.
Polêmica
Instalados em algumas regiões
de São Paulo, como no ABC paulista e na região central da cidade,
os outdoors já causam polêmica
entre as centrais sindicais.
O presidente da CUT, João Felicio, diz que não é bom uma central sindical "se expor dessa forma, passar a imagem de que está
aliada a empresários e usar dinheiro do governo para isso".
"Não faria a propaganda ao lado
de empresários porque eles não
estão nos nossos convênios", diz
Enilson Simões de Moura, o Alemão, presidente da SDS (Social
Democracia Sindical). Ele, no entanto, teve a imagem exposta na
campanha a favor do projeto de
lei que muda a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho).
Sem conhecimento
O Ministério do Trabalho informa, por meio de sua assessoria de
imprensa, que não tem conhecimento da campanha da Força
Sindical, que menciona o nome
do ministério nos outdoors.
A assessoria informa também
que o nome do ministério e do
FAT provavelmente aparecem
porque os recursos para financiar
a campanha podem ter saído do
Fundo. Informa ainda que, se a
campanha é para divulgar projetos que têm apoio do Fundo, é
possível utilizar dinheiro do FAT para campanhas publicitárias.
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