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MERCADO FINANCEIRO
Venda de papéis da antiga Globo Cabo é detonada por grupamento que companhia fez de suas ações
Ação da Net desaba 22,16%; Bolsa cai 1%
DA REPORTAGEM LOCAL
As ações da Net, ex-Globo Cabo, foram o destaque de ontem da
Bovespa (Bolsa de Valores de São
Paulo). A Net PN encerrou o dia
com queda de 22,16%, negociada
a R$ 2,60. Na véspera, a baixa já
havia sido de 4,5%. A cotação do
papel já acumula uma perda no
ano de 67,90%, conforme dados
da Economática.
Segundo analistas de mercado,
o que deflagrou uma venda em
massa desse papel nos últimos
dois dias, fazendo com que seu
preço despencasse, foi o grupamento que a empresa fez de suas
ações, na proporção de dez para
uma, na segunda-feira.
Até sexta, sua cotação por ação
era negociada em centavos (R$
0,35). Na segunda, depois do grupamento, abriu em R$ 3,50. Na
prática, a contabilização não modificou a participação de cada investidor na companhia, mas aumentou a margem de manobra,
principalmente para operações
especulativas e de "day trade"
(compra e venda no mesmo dia).
A explicação é que, quando o valor unitário está muito baixo, em
centavos, qualquer pequena alteração tem um peso grande percentualmente.
Como consequência, o grupamento teria facilitado a fuga dos
investidores que estão com receio
do que acontecerá com o preço do
papel quando a capitalização da
empresa for concluída em julho.
Em março, os principais acionistas da Net (Globopar, Bradesco, grupo RBS, BNDES -Banco
Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social) anunciaram
que, para diminuir o seu passivo
de R$ 1,5 bilhão e evitar que a
companhia feche as portas, farão
um aumento de capital de R$ 1 bilhão.
Embora a capitalização preveja
a participação dos minoritários
na subscrição das ações, há o temor de que haja uma grande diluição do capital da empresa e que
o preço final por ação fique bem
abaixo do atual. "O mercado fala
em R$ 2,00, R$ 2,10 por ação. Se
isso acontecer, a tendência da cotação do papel na Bolsa será de se
acomodar a esse patamar", explica Eduardo Fornazier, analista da
Santos Asset Management.
Com a nova deterioração dos
indicadores financeiros brasileiros, a Bolsa paulista fechou com
baixa de 0,97%. O volume financeiro ficou em R$ 466,43 milhões,
abaixo da média diária dos últimos meses.
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