São Paulo, quarta-feira, 19 de junho de 2002

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O VAIVÉM DAS COMMODITIES

De volta os transgênicos
Nas últimas semanas se intensificaram as discussões sobre a questão dos transgênicos. Delegações estrangeiras circulam pelo país e estão se reunindo com produtores, cooperativas e governo. O Brasil precisa se definir de vez se será um país isento de transgênicos ou não, diz um analista.

Indefinições
Os principais países importadores já se definiram e impõem novas exigências nas compras de soja. São os casos da China e da União Européia. O Brasil, apesar de ainda ser o principal produtor mundial de soja não-transgênica, vê as áreas com o produto transgênico aumentarem ano a ano.

Peso no produtor
Anderson Galvão, da MPrado Consultoria, diz que estudos recentes indicam que a rastreabilidade da soja -o que dá a comprovação de que o produto não é transgênico- custa de US$ 10 a US$ 20 por tonelada. Esse custo poderá cair nas costas dos produtores já que os importadores não querem pagar a mais pela soja não-transgênica.

Barreiras
Galvão vê essas exigências dos países importadores como mais uma barreira não-tarifária. Essas medidas anulam os ganhos de logística conseguidos pelo Brasil nos últimos anos e impõem preços menores para os produtores brasileiros.

MBA em agronegócio
A Universidade Federal de Viçosa (MG) promove, a partir de agosto, um novo MBA em gestão de agronegócio. O curso, via internet, focaliza as cadeias produtivas de produtos agrícolas.

Nova alta
O feijão voltou a subir ontem no Estado de São Paulo. Em algumas regiões produtoras, os preços pagos aos produtores subiram para R$ 90 para o feijão de melhor qualidade. Na semana passada, o produto era comercializado a R$ 72.

Chegou no atacado
A alta de preços registrada no campo já chega ao atacado. A saca do feijão carioquinha tipo 1 atingia ontem de R$ 84 a R$ 90 no atacado de São Paulo. Na semana passada, o produto custava de R$ 70 a R$ 80, conforme cotações do Instituto de Economia Agrícola.

Efeito da estiagem
Nelson Batista Martin, do IEA, diz que essa alta se deve à menor oferta de produto em São Paulo. A estiagem afetou a produção de feijão que não é irrigado, diminuindo a oferta de produto. O mercado deve continuar pressionado nas próximas semanas porque o feijão da safra irrigada só chega em 30 dias, diz Martin.

Crise argentina
A crise argentina eleva a oferta de hortifrutícolas no Brasil, diz a revista "Hortifrúti Brasil", do Cepea. A oferta maior ocorre devido à desvalorização do peso. Os produtos brasileiros ficaram mais caros para os argentinos -que reduziram as importações-, enquanto os hortícolas argentinos caíram de preço no Brasil.

Os mais afetados
O Cepea mostra que o Brasil exportará menos tomate e comprará mais cebola, batata congelada, pêra, alho e maçã dos argentinos.

e-mail: mzafalon@folhasp.com.br



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