São Paulo, quarta-feira, 19 de junho de 2002

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CONJUNTURA

Pesquisa do IBGE mostra alta no setor em 9 de 12 áreas; apesar de subida, setor ainda amarga perdas no ano

Indústria de SP cresce pela 1ª vez em 5 meses

MARCELO BILLI
DA REPORTAGEM LOCAL

A indústria paulista cresceu 3,4% em abril, segundo a pesquisa industrial regional do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgada ontem. Foi o primeiro resultado positivo desde novembro do ano passado, último mês em que a produção industrial do Estado havia registrado crescimento. Realizada em 12 áreas -dez Estados e duas regiões-, a pesquisa registrou crescimento em nove locais.
Apesar da recuperação, a indústria paulista, que em março deste ano havia amargado uma queda da produção de 8%, ainda opera com níveis inferiores aos de março do ano passado, período que antecedeu os vários choques que a economia brasileira enfrentou em 2001 -a crise argentina, o racionamento de energia, a retração da economia internacional.
"Quer dizer, apesar do crescimento deste mês, a indústria ainda corre atrás do prejuízo. Há uma leve recuperação ocorrendo desde novembro, mas de forma muito tímida", avalia Júlio Sérgio Almeida, economista do Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial).
O resultado de abril foi influenciado pelo maior número de dias úteis do mês neste ano, já que o feriado da Páscoa ocorreu em março. Ainda assim, os dados do bimestre, período em que o efeito estatístico é neutralizado, mostram melhoras: nos dois primeiros meses do ano, a produção da indústria brasileira havia caído 1,3% em relação a 2001; no segundo bimestre, houve crescimento de 1%. Uma alta modesta: a indústria utilizou apenas 81% de sua capacidade total em abril.
Em abril, as maiores taxas de crescimento da produção industrial ocorreram nos Estados do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Sul. Em ambos, a indústria cresceu 10,5%. A segunda maior taxa, a do Ceará, foi de 9,6%.
Isabela Nunes Pereira, economista do IBGE, afirma que os setores que mais cresceram foram o extrativo-mineral, o de produtos alimentícios, o mecânico, o químico e o de vestuário. No caso de vestuário, indústria que na região Nordeste cresceu 16,3%, a produção pode ter sido impulsionada pelo impacto das vendas de produtos relacionados à Copa do Mundo, pondera Isabela.
Almeida prevê que a produção industrial brasileira deva crescer 2% neste ano. "Os investimentos estão engavetados, falta crédito e o mercado interno está retraído."

Leia mais no site do IBGE: www.ibge.gov.br/home/estatistica/
indicadores/industria/pimpfregional/default.shtm



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