São Paulo, quarta-feira, 19 de junho de 2002

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PELO VERDE-E-AMARELO

Operários da indústria naval fizeram ato

Protesto fecha prédio da Petrobras no Rio

DA SUCURSAL DO RIO

Cerca de 400 sindicalistas e operários da indústria naval de Niterói, a 13 km do Rio, e de Angra dos Reis, no litoral sul fluminense, bloquearam ontem a entrada da sede da Petrobras, no centro do Rio, em protesto contra a vitória do estaleiro Jurong, de Cingapura, na licitação para a transformação do navio Felipe Camarão em uma plataforma de produção de petróleo, a P-50.
Segundo os manifestantes, a construção da P-50 vai ocupar 20 mil trabalhadores no exterior e colocar em risco o emprego na indústria naval fluminense.
A escolha do Jurong foi anunciada na sexta-feira. O estaleiro propôs o preço de US$ 244,5 milhões, contra US$ 258 milhões do estaleiro Fels Setal, do Brasil.
A decisão da empresa gerou protestos de empresários. A Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro) divulgou nota, na qual dizia: "A não-interferência do acionista majoritário da Petrobras [União" nessa decisão é sim um ato de política industrial a favor dos nossos concorrentes".
Para a Firjan, a diferença entre as propostas (US$ 13,5 milhões) era pequena o suficiente para que fossem levados em conta outros fatores, como a geração de empregos e a balança comercial do país.
O protesto de ontem começou às 6h e só às 12h30 os manifestantes desbloquearam a entrada da empresa, continuando a manifestação do lado de fora.
A Petrobras, em nota, acusou a Polícia Militar do Rio de não ter tomado nenhuma "providência para promover a desocupação do edifício nem para garantir o acesso dos empregados". Procurado pela Folha, o porta-voz da PM não foi encontrado para comentar a acusação.
Na nota, a Petrobras afirma que "a alegação de que os investimentos serão aplicados no exterior não é correta". De acordo com a empresa, cerca de 50% dos investimentos a serem feitos no campo de Albacora Leste, na bacia de Campos, onde vai operar a P-50, serão gastos no Brasil.
"Os empreendimentos de grande porte colocados na indústria nacional são da ordem de US$ 1,5 bilhão", diz a nota.



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